António Tavares
Editorial
A saga dos helicópteros do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) parece que está para durar. Para ultrapassar o problema, a solução encontrada pelo Governo foi recorrer à Força Aérea Portuguesa (FAP), que disponibilizou quatro helicópteros para o transporte de emergência médica, mas logo no primeiro dia, nem tudo correu bem. De Castelo Branco foi pedido um helicóptero para socorrer um doente, mas, como o mais próximo se encontrava em Ovar, o que se verificou é que demoraria tanto tempo como uma ambulância, pelo que acabou por não ser acionado para prestar socorro.
Já no passado sábado, 5 de julho, um doente da Covilhã demorou mais de cinco horas até ser evacuado para Coimbra, sendo que da Covilhã até Castelo Branco foi transportado de ambulância. De Castelo Branco até Cernache, de helicóptero. E daí até Coimbra novamente de ambulância.
As dificuldades do socorro aéreo, que é importantíssimo, permitindo na maior parte dos casos salvar vidas, são transversais a todo o País, mas como é fácil de perceber é no Interior que o problema é maior.
Como em muitas outras situações, o Interior é discriminado. Afinal aqui vivem poucas pessoas em comparação com o Litoral e pessoas são eleitores, são votos…
É certo que não pode haver um helicóptero à porta de cada um, mas pelo menos as capitais de Distrito, principalmente as do Interior, deviam ter esse meio de socorro, sendo que em Castelo Branco até existe um aeródromo, onde podia ficar sediado.