COM O FOCO NA CANDIDATURA A CIDADE CRIATIVA, NO NATAL BRANCO E NA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
SEMPRE acusa Câmara de “soluções negativas que mostram falta de estratégia e desnorte”
O SEMPRE – Movimento Independente afirma que “o caminho desta Câmara (Castelo Branco) não é o correto e não é a melhor estratégia” e acusa a autarquia de “soluções negativas que mostram falta de estratégia e desnorte”.
Esta posição foi assumida esta segunda-feira, 21 de novembro, com Luís Correia a apontar como fundamentação “três pontos, que são a candidatura à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na categoria de Artesanato e Artes Populares; o abandono da marca Natal Branco; as questões relacionadas com a eficiência energética”.
No que respeita à candidatura à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, Luís Correia afirma que “na sua apresentação ouvimos falar em tradição, passado, mas nunca ouvimos falar em futuro”, para relembrar que “ no passado investimos na certificação do Bordado de Castelo Branco; levamos o Bordado à moda, com o Castelo Branco Moda; levamos o Bordado à Catedral de Manchester, com Cristina Rodrigues”, sempre com a finalidade de “tornar o Bordado atrativo para os jovens”, pois, destaca, “procuramos valorizar o Bordado através de novas aplicações”, não perdendo a oportunidade de se referir também “ao grande investimento no Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco”.
Luís Correia defende perante isto que, agora, “não estamos a ser ambiciosos, somos redutores até para o Bordado de Castelo Branco”, assegurando que “o caminho que estávamos a fazer não era este. Era outro”.
Uma posição que reforça ao recordar que “construímos a Fábrica da Criatividade”, sem esquecer que “temos a Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART) de Castelo Branco, com curos de design e música, entre outros; temos também o Conservatório Regional de Castelo Branco, com uma escola profissional de música; temos o investimento grande que foi feito nas bandas filarmónicas, que são cinco; e avançou-se com a certificação da Viola Beiroa”, sublinhando que este é “o caminho para as indústrias criativas, com enquadramento na política cultural e mesmo económica”, pelo que “consideramos que criamos a Cidade Criativa das Artes”, bem como que é “um erro deitar fora muito do investimento feito no Concelho ao longo dos últimos anos”.
Luís Correia recorda igualmente que a Covilhã é Cidade Criativa da UNESCO em Design, Idanha-a-Nova é Cidade Criativa da UNESCO na Música, Castelo Branco quer ser Cidade Criativa da UNESCO no Artesanato”, pelo que “até em termos competitivos este é um caminho errado. Há que ir mais além e ser mais ambiciosos”.
Questiona ainda que “para sermos Cidade Criativa do Artesanato que trabalho foi feito ao longo dos últimos anos no artesanato”, para responder que “muito pouco ou quase nada”.
Tudo isto para adiantar que “nas nossas propostas faz todo o sentido o Bordado de Castelo Branco ser Património da Humanidade da UNESCO”, para ser “uma cidade criativa, nunca no artesanato, mas nas artes criativas”.
Assim, afirma que “decisões destas trarão resultados negativos para Castelo Branco, no futuro”, até porque “deita uma estratégia bem pensada e que estava a ser desenvolvida fora”, reiterando que “revela o desnorte estratégico, a falta de ambição, de não olharmos para o futuro”.
Também debaixo de críticas esteve “o abandono da marca Natal Branco”, com Jorge Pio a começar por salientar que “o Natal Branco tem-se assumido como um momento importante para Castelo Branco”.
Assegura que é uma “marca que se tem afirmado, mas este ano foi pura e simplesmente abandonada, esquecendo todo o caminho percorrido e não percebemos as vantagens associadas a esta mudança”. Tanto mais, continua, que mantém um formato, a dinamização de espaços, mas desaparece o nome, o que faz perder o posicionamento que Castelo Branco vinha assumindo”.
Jorge Pio realça que “mais nos admira que este executivo, no ano passado, fez o Natal Branco, pelo que não compreendemos esta deriva. O Natal Branco desaparece e não compreendemos a vantagem” e a exemplo de Luís Correia aponta para “a falta de linha estratégica orientadora deste executivo”.
Já na área da eficiência energética, Ana Ferreira recorda que “faz precisamente um mês que abordamos o tema e foi-nos dito que seria feita um plano, mas até ao momento não há nada”.
Isto, quando defende que “a Câmara deveria assumir um papel de exemplo e ser a primeira a implementar um conjunto de medidas, por exemplo, na iluminação da cidade, na eficiência energética dos edifícios”, entre outros, tratando-se de “uma série de medidas em que a Câmara podia ser o exemplo”.
Ana Ferreira afirma também que “há que tentar ajudar as famílias a controlar as suas contas de energia e a Câmara deveria ter um papel orientador, de sensibilização”.
António Tavares