Edição nº 1790 - 26 de abril de 2023

COMEMORAÇÕES CONTINUAM NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA, 28 DE ABRIL NA BIBLIOTECA MUNICIPAL
No Centenário do Nascimento de Eugénio de Andrade

As comemorações do Centenário do Nascimento de Eugénio de Andrade, organizadas pela Câmara de Castelo Branco, a Biblioteca Municipal de Castelo Branco e a Fábrica da Criatividade, com o apoio do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias (CLEPUL), que tiveram início dia 21 de abril, na Fábrica da Criatividade, continuam na próxima sexta-feira, 28 de abril, a partir das 18 horas, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco.
Paulo Samuel, que integra a Comissão Nacional da Comemoração do Centenário de Eugénio de Andrade, que terá como momento alto um congresso na Gulbenkian, em Lisboa, adianta que “perguntei à Câmara de Castelo Branco o que iam fazer nas comemorações do centenário do nascimento de Eugénio de Andrade”, sendo que com “a minha vinda para Castelo Branco”, acabou por ficar à frente do programa que está a ser desenvolvido em Castelo Branco.
Paulo Samuel realça que “pela primeira vez se reúnem várias entidades para uma iniciativa comum”, aproveitando para avançar que na maioria das iniciativas “são sempre as mesmas pessoas” e defender que “se não se conseguir dar o salto, muito dificilmente se descola de uma certa estagnação”, sublinhando que “a cultura é uma cultura viva, não pode ser uma cultura como antigamente, fechada a determinados círculos. Tem de ser aberta, senão não chega a parte da população”. Assim, continua, o que se pretende “com esta iniciativa é envolver diversas entidades”.
Focado nas comemorações, afirma que “a Biblioteca não dispõe de um conjunto significativo, importante, de livros de Eugénio de Andrade. São 10 ou 12 títulos da editora Limiar, mas não tem as obras mais relevantes das décadas de 40, 50 e 60 do século passado, é tudo posterior”. Por isso, realça que “com isso não era possível organizar nada” e, assim, “sugeri dar alguma colaboração, que redundou em organização”.
Paulo Samuel afirma que “dada a ligação à Biblioteca, via Casa António Salvado, e como estou ligado a alguns centros de investigação, acedi assumir a responsabilidade da iniciativa”, com atenção em “duas ou três vertentes diferentes”.
Uma das vertentes passa por “falar sobre Eugénio de Andrade”, o que teve início no passado dia 21 de abril, e continuará na próxima sexta-feira, 28 de abril, bem como dia 5 de maio.
Outra vertente respeita a apresentar “uma exposição bibliográfica, mas também sobre o perfil e identidade de Eugénio de Andrade, designadamente na parte artística, porque Eugénio de Andrade relacionou-se com artistas, no Porto, escreveu textos para catálogos, e tem até uma parte ligada à música e, daí, a participação de Francisco Martins, com um importante momento musical para evocar a ligação de Eugénio de Andrade à música, que também existe em vários poemas musicados com Lopes Graça”.
As comemorações incluem também o pintor Emerenciano, com uma exposição que está patente até dia 6 de maio, na Fábrica da Criatividade, com Paulo Samuel a recordar “a ligação de Emerenciano com Eugénio de Andrade, pois foi amigo dele e Eugénio de Andrade desafiou-o para a área da escrita, existindo, inclusive, livros em coautoria. Além de que foi Emerenciano que desenhou o logótipo da Fundação Eugénio de Andrade”.
No que respeita ao programa da próxima sexta-feira, 28 de abril, assegura que “o mais interessante é a exposição”, na qual está reunido “um número muito significativo de obras de Eugénio de Andrade, desde primeiras edições, raras, das décadas de 40, 50 e 60 do século passado, até livros que são pouco conhecidos, nomeadamente, livros-álbum, de grande formato, com fotógrafos”. E nesta área fala na obra Poesia terra da minha mãe, “que coordenei com ele. Mas também outros álbuns, pouco conhecidos, sendo que muitos deles nem aparecem na sua bibliografia”.
A isto há a juntar “várias edições especiais e um conjunto de poemas escritos e ilustrados pelo próprio Eugénio de Andrade”. Além disso, continua “há outros poemas-autógrafos, uns com emendas, outros com dedicatórias e um ou outro texto em prosa”.
Por outro lado, há igualmente a somar peças artísticas, tratando-se, “de trabalhos, sobretudo de José Rodrigues, Evelina Oliveira, Alberto Péssimo, Emerenciano, Feio, a que se juntam algumas peças do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, de Castelo Branco, assim como uma escultura de Sousa Pereira”.
A exposição terá também “painéis, com molduras com fotografias e vivências de Eugénio de Andrade, no Porto e nas Beiras, por exemplo, com amigos”.
Paulo Samuel sublinha que, no entanto, “lamentavelmente, não vamos conseguir ter nada que relacione António Salvado e Eugénio de Andrade” e revela que “estava previsto António Salvado participar, para falar sobre Eugénio de Andrade”, mas devido ao falecimento do poeta Albicastrense, tal não é possível, embora se realize uma evocação de António Salvado, mais concretamente com “um poema que Eugénio de Andrade dedicou a António Salvado”. Isto porque os dois eram amigos, recordando que “em 1976 António Salvado, enquanto diretor do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, convidou Eugénio de Andrade, para um mega recital naquele espaço cultural”. Nesta matéria Paulo Samuel adianta ainda que “a doutora Adelaide Salvado conseguiu disponibilizar o programa do recital e um postal de Eugénio de Andrade para António Salvado”, apesar de “não encontrar as cartas trocadas entre os dois, bem como livros com dedicatórias”.
Na sessão da próxima sexta-feira, 28 de abril, haverá intervenções de autores locais como Gonçalo Salvado, Pedro Salvado, Adelaide Salvado, José Dias Pires, Manuel Costa Alves, Maria de Lurdes Gouveia da Costa Barata e Afonso Carrega, assim como de alunos do Agrupamento de Escolas Nuno Álvares (AENA), com Paulo Samuel a sublinhar que esta “é uma participação importante, porque Eugénio de Andrade acarinhava muito a relação com a comunidade escolar”.
O programa da próxima sexta-feira, 28 de abril, começa com a inauguração da exposição bibliográfica, artística e documental. Segue-se o momento A poesia de amor de Eugénio de Andrade, pelo poeta Gonçalo Salvado, para continuar com a leitura de textos de poesia e prosa de Eugénio de Andrade por autores locais. Depois será lida poesia de Eugénio de Andrade por alunos do Agrupamento de Escolas Nuno Álvares (AENA) e o programa termina com a apresentação da antologia poética Um Corpo É Sempre Uma Chama – O Fogo e o Vinho na poesia de Eugénio de Andrade, de Gonçalo Salvado.
As comemorações continuarão dia 5 de maio, na Biblioteca, com Viagem à Beira de Eugénio, por Arnaldo Saraiva; Memória e Memórias de Eugénio de Andrade, por António Oliveira; a leitura de dois poemas e uma carta, inéditos, de Eugénio de Andrade, por Cláudia Cravo; e um momento musical com Francisco Martins, acordeão de concerto.
António Tavares

26/04/2023
 

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