PROJETO CRIADO PELA JUNTA DE FREGUESIA DE CASTELO BRANCO
Jardinar para proteger o ambiente
A Junta de Freguesia de Castelo Branco deu a conhecer, na passada quarta-feira, 24 de janeiro, o projeto Jardinar – Plataforma Educativa para a Sustentabilidade Ambiental, que tem como público-alvo a comunidade escolar e educativa de Castelo Branco.
Os objetivos do projeto são vários, passando por sensibilizar as comunidades escolares e educativas para a educação ambiental e a sustentabilidade; promover o levantamento, a previsão, a avaliação e a prevenção dos riscos ambientais de origem natural ou humana na área de influência do projeto, através da intervenção dos alunos nas Equipas de Vigilantes Ambientais (EVA); promover atividades de informação em formação com vista à sensibilização para a autoproteção e a colaboração com as organizações e instituições comunitárias; desenvolver, junto dos alunos, aprendizagens e competências facilitadores a uma interiorização de comportamentos ambientais autónomos e seguros, através da intervenção dos alunos nas EVA; contribuir para uma prática de análise permanente das vulnerabilidades perante situações de risco devido à ação do Homem ou da natureza, através da intervenção dos alunos nas EVA; difundir a cultura da educação ambiental e da sustentabilidade como um indicador de qualidade e melhoria de vida, através da intervenção dos alunos nas EVA; dar visibilidade às boas práticas de sustentabilidade ambiental, através da intervenção dos alunos nas equipas EVA; envolver parceiros locais no sentido de uma abordagem efetiva das questões ambientais e da sustentabilidade.
Os objetivos definem também que a educação para a sustentabilidade ambiental deve ajudar os indivíduos e os grupos sociais a toma consciência do ambiente global e dos problemas anexos e a sensibilizá-los para estes assuntos; a adquirir uma compreensão fundamental do ambiente global, dos problemas conexos, da presença da humanidade neste ambiente, da responsabilidade e do papel crítico que lhe incumbem; a adquirir, entre os valores sociais, os do sentimento de vivo interesse pelo ambiente, uma motivação bastante forte para quererem participar ativamente na sua proteção e no seu melhoramento; a adquirir as competências necessárias para a solução dos problemas do ambiente; a avaliar as medidas e os programas de educação, em matéria de ambiente, em função de fatores ecológicos, políticos, económicos, sociais, estéticos e educativos; a desenvolver o seu sentido de responsabilidade e o seu sentimento de urgência perante os problemas do ambiente, para que garantam a elaboração de medidas próprias para resolver os problemas; conseguir a perceção prévia do conjunto de fatores que explicam um menor sucesso escolar, para poder, como grande desafio procedimental, colocar os alunos no centro da problemática, evidenciando a necessidade de que o trabalho a desenvolver, mesmo quando de forma coletiva, tenha sempre como foco o indivíduo.
Tudo isto para atingir metas que passam por promover abordagens centradas no indivíduo, adaptadas ao seu perfil e que acautelem as suas especificidades, em particular as características imutáveis, como o sexo e a idade; promover uma nova abordagem do papel da escola, não constituindo apenas um local de aprendizagem, mas afetando-lhe cada vez maior relação com a comunidade e a vida em geral; promover a organização autónoma e a iniciativa das escolas para a identificação das iniciativas e das estratégias mais eficazes.
Para atingir estes objetivos o Jardinar tem delineadas vária ações, sendo que para além das atividades enquadradas curricularmente nas diferentes turmas, pretende-se promover, anualmente, cinco ações estruturantes.
Assim, a iniciar o ano, em janeiro, realiza-se a Assembleia de Freguesia Juvenil, enquanto entre janeiro e março, está definida a atividade Crescer com uma Árvore como Afilhada e o cuidar do Bosque dos Amigos do Ambiente.
As atividades do Jardinar também contemplam, mensalmente, a publicação de uma página, num jornal, com textos e artigos; a edição de fotos e vídeos para espaços de Facebook e Instagram; e um programa de rádio e televisão com testemunhos, desafios e reportagens.
A isto há a juntar os Prémios Voa – Voz Ativa, na categoria individual, com textos, fotos ou vídeos curtos, e na categoria coletiva, com grupos de três elementos, com projetos de intervenção comunitária.
Outra ação é a Expo/EVA, a realiza dia 1 de outubro, Dia Nacional da Água, com fotos, vídeos e textos selecionados nas atividades Jardinar.
De referir, ainda, que o Jardinar também se desenvolverá no quadro de quatro projetos pedagógicos independentes, que são o Projeto Pedagógico da Água – Estudar a importância e complexidade do ciclo urbano da água, com os Serviços Municipalizados; o Projeto Pedagógico do Tratamento dos Resíduos, com a Valnor; o Projeto Pedagógico da Sustentabilidade Ambiental, com as associações ambientalistas; e o Projeto Pedagógico das Palavras Fundamentais, que passa pela construção do livro coletivo Jardinar – Uma flor como tu; uma árvore com o teu nome. Poemas para cantar como quem diz ou dizer como quem conta.
Jovens revelam
maturidade ambiental
No mesmo dia em que apresentou o Jardinar a Junta de Freguesia de Castelo Branco dinamizou duas iniciativas que o integram e que envolveram alunos dos três agrupamentos de escolas da cidade.
Assim, na manhã da passada quarta-feira, 24 de janeiro, decorreu no Bairro do Lirião, em terrenos da Associação de Proprietários dos Alvoracões, a iniciativa Crescer com uma Árvore Como Afilhada - Plantação do Bosque dos Amigos do Ambiente.
Iniciativa que permitiu a plantação de 120 árvores autóctones, mais concretamente carvalhos e pinheiros mansos, e envolveu alunos dos 4.º, 6.º e 9.º anos de escolaridade do Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva, Agrupamento de Escolas Amato Lusitano e Agrupamento de Escolas Nuno Álvares.
Esta atividade incluiu ainda a entrega de outras 120 árvores, mais precisamente 40 a cada um dos agrupamentos de escolas, para plantarem e apadrinharem nas suas escolas.
Já na parte da tarde, no auditório da Escola Afonso de Paiva, realizou-se a Assembleia de Freguesia Juvenil, sob o tema E se nós mandássemos?
Tratou-se de uma sessão na qual os alunos dos 4.º, 6.º e 9.º anos do Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva, do Agrupamento de Escolas Amato Lusitano e do Agrupamento de Escolas Nuno Álvares, cada grupo com 10 elementos, apresentou perguntas sobre As questões ambientais na comunidade Albicastrense: problemas a enfrentar/desafios.
O presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, José Dias Pires, realça que a Assembleia de Freguesia Juvenil foi “a concretização de uma ideia” e sublinha que “é a primeira vez que acontece na história do mundo autárquico no pós 25 de Abril de 1974”.
José Dias Pires avança que “a sessão decorreu tudo como se fosse uma Assembleia de Freguesia normal, mas tudo com alunos, onde demos voz aos alunos”, que ao longo da reunião apresentaram temas relacionados com a poluição, o incentivo do uso da bicicleta, a importância de generalizar a reciclagem de resíduos orgânicos, entre outros.
No final da Assembleia de Freguesia Juvenil, José Dias Pires fez questão de destacar que “esta geração tão nova já tem capacidade para fazer este tipo de questões”, considerando que tal se deve ao facto de nas “escolas de Castelo Branco haver um trabalho feito com os alunos, há anos, com foco na preocupação do ambiente”. Daí resulta que “o que a Freguesia faz é potenciar estas sinergias”.
Sobre o Jardinar é considerado que a Junta avança com o projeto com “a convicção de que a educação ambiental tem vindo a ser progresivamente valorizada no âmbito da Educação Básica. No entanto, num mundo onde se reconhece a importância da problemática ambiental e, portanto, a necessidade de conhecimento e de como ensinar esta temática, é preciso desenvolver, cada vez mais, um conjunto de ações que se consigam integrar nos programas do Ensino Básico e começar a criar, desde logo, uma mentalidade de respeito e responsabilização pela meio ambiente de toda a comunidade”.
Por isso, o Jardinar pretendde, “principalmente a valorização das aprendizagens relacionadas com o ambiente nas diferentes áreas disciplinares, promovendo a integração das dimensões terórica e prática”.
Motivo que leva a Junta a realçar que a dinamização deste projeto “constitui um enorme desafio, pois implica mobilizar e envolver os diversos elementos das comunidades escolar e educativa, desde alunos, ppais, professores, entre outros, alargando as fronteiras da cultura escolar formal”, com a expectativa que “esta iniciativa terá um impacto muito positivo tanto nos alunos, como nas comunidades escolar e educativa e contribuirá para a alteração de alguns comportamentos, no que se refer à proteção e conservação da natureza”.
António Tavares