A PAR DA HABITAÇÃO E DO FUNDO VERDE AMBIENTAL
Iniciativa Liberal agita bandeira do trabalho qualificado
A Iniciativa Liberal (IL) iniciou, dia 30 de setembro, a campanha eleitoral para as eleições Autárquicas do próximo domingo, 12 de outubro, com uma atividade no Monte do Índio, em Castelo Branco, que contou com a presença de Mariana Leitão.
O candidato à Câmara de Castelo Branco, José Henriques, afirmou que “em Castelo Branco somos governados há quase três décadas pelo mesmo partido, o Partido Socialista (PS), que deixou a cidade e o Concelho na encruzilhada que hoje vivemos” e realçou que “o atual presidente diz, passo a citar, que «a obra não se faz em quatro anos», mas a verdade é que eles não estão na Câmara há quatro anos, estão na Câmara há 28 anos”
As críticas continuaram com José Henriques a avançar que “do outro lado temos o PSD, com o CDS/PP e com o SEMPRE - Movimento Independente, que no fundo são os dissidentes do PS local e que escolheram para cabeça de lista à Câmara e para mandatário das listas dois ex-presidentes de Câmara do PS. Ou seja, temos nestas eleições, os únicos dois partidos que governaram o Concelho e o País em tempo de democracia, três dos últimos quatro presidentes de Câmara dos últimos 28 anos”, para questionar se “não está já na altura de mudar”, bem como de “darmos oportunidades a outras pessoas, a outros projetos e a outras ideias”, respondendo que “claro que está”.
O candidato da IL avançou depois que “o principal problema, que entretanto tornámos a nossa principal bandeira, é o problema dos salários baixos”, para mais à frente defender que o “nosso primeiro e grande objetivo é gerar condições para que se criem em Castelo Branco 500 novos postos de trabalho qualificado”, admitindo que “é um objetivo difícil, mas um objetivo claro, mensurável e alcançável nos próximos quatro anos”.
José Henriques declarou também luta à burocracia, “um enorme obstáculo à criação de empresas ou projetos no Concelho” e denunciou que “a Câmara, fazendo juiz à sua condição de um dos principais empregadores do Concelho, complica em vez de facilitar, questiona em vez de responder, atrasa em vez de acelerar. É esse imposto escondido que é a burocracia autárquica que vai lentamente atrasando o desenvolvimento, impedindo que Castelo Branco entre, em definitivo, na era digital e das novas tecnologias”.
Ainda em relação à Câmara, José Henriques afirma querer transformá-la “num pólo facilitador da vida dos munícipes e das empresas. Uma entidade que, em vez de tudo poder e tudo querer, como acontece atualmente, facilite em vez de dificultar, acelere em vez de travar e ajude em vez de atrapalhar. Uma câmara que pede papéis que já tem, que obriga munícipes e empresas a deslocarem-se dezenas de vezes aos seus serviços para resolver um simples problema ou uma simples licença. Uma Câmara que afasta os potenciais interessados a investir no Concelho com burocracias inúteis e desfasadas”, concluindo que “precisamos de uma verdadeira revolução digital na Câmara”.
Entre outros pontos, José Henriques abordou aquelas que considera “duas medidas completamente disruptivas para a nossa realidade, uma na área da habitação e outra na área do ambiente”.
Na habitação, “queremos recuperar as mais de 100 habitações devolutas, propriedade do município, na Zona Histórica, através do Programa Reabilitar para Reviver, um programa que coloca estes imóveis à disposição de quem os quiser recuperar, para que depois os possam utilizar para habitação própria, e, nesse caso, nada paga à autarquia, ou para arrendamento acessível e venda acessível, e, nestes casos, terá que pagar à Câmara o favor do imóvel na altura de assistência”.
A outra medida é o Fundo Verde Ambiental, com o qual “queremos que a Câmara empreste às famílias e associações os montantes necessários para a aquisição e montagem de equipamentos de eficiência energética, como painéis solares, bombas de calor ou isolamentos térmicos. As famílias instalam estes equipamentos, começam a poupar de imediato e pagam à Câmara apenas o que é gerado pela poupança do mesmo equipamento”.
Por seu lado, a presidente da IL, Mariana Leitão, começou por afirmar que “Castelo Branco tem vivido demasiado tempo presa a um ciclo que não abre portas ao futuro. Durante décadas os jovens têm saído do Concelho, uns para o Litoral, outros para o estrangeiro, porque, infelizmente, aqui não encontram oportunidades. Os salários são baixos, o emprego qualificado é escasso, o comércio local agoniza, porque o poder de compra é fraco e não há uma estratégia efetiva para criar riqueza duradoura”.
Mariana Leitão assegurou que “esta realidade não é inevitável. É o resultado de más escolhas políticas”, porque “como o José Henriques falou, há 28 anos que Castelo Branco é governado pelo mesmo bastião socialista. Hoje o presidente recandidato é do Partido Socialista (PS), mas do outro lado temos uma coligação PSD e CDS/PP que se apresenta com um suposto movimento independente e com um ex-presidente, pasmem-se também ele, socialista. É este o retrato da política local, um círculo fechado, sempre as mesmas caras, sempre as mesmas ideias e no fundo sempre a mesma falta de ambição. Para piorar, ouvimos o atual presidente justificar a ausência de obra no início do mandato com o facto de não ter herdado projetos do executivo anterior. Mas esse executivo era exatamente do mesmo partido e agora esse mesmo executivo é o que se apresenta como alternativa pelo PSD e CDS/PP”, concluindo que “até eu já estou confusa”.
Para a presidente da IL, “este jogo de cadeiras é a prova de que só há uma candidatura que representa verdadeiramente a mudança em Castelo Branco e essa candidatura é a candidatura da Iniciativa Liberal. Somos a única candidatura que apresenta propostas de futuro. Somos a única candidatura que acredita no potencial dos Albicastrenses e que tem a coragem de fazer diferente. Enquanto os outros se limitam a gerir o presente e a trocar de lugar uns com os outros, nós temos um projeto concreto para reter jovens, para atrair investimento, para criar emprego qualificado. Queremos dar condições para que os talentos de Castelo Branco, não tenham de fugir, mas possam ficar, trabalhar, empreender e viver com dignidade em Castelo Branco”.
Acrescentou ainda que “somos a voz de quem não se conforma, de quem acredita que Castelo Branco pode ser muito mais do que um bastião político, pode ser de facto uma terra de oportunidades”.
António Tavares