Edição nº 1922 - 26 de novembro de 2025

João Belém
RECIPROCIDADE E AUTORRESPEITO ………

Se me perguntarem qual o sentimento que considero mais bonito ou mais importante,
vou abrir um sorriso e dizer: O correspondido!
Martha Medeiros

As relações humanas são estruturadas a partir de interações que envolvem expectativas, afeto e reconhecimento. A qualidade desses vínculos depende, em grande medida, do equilíbrio entre o que se oferece e o que se recebe
Viver em sociedade implica relacionar-se. Somos constantemente convidados a lidar com sentimentos, expectativas e diferentes formas de afeto. No entanto, muitas pessoas desgastam-se tentando oferecer aos outros mais do que recebem em troca — nomeadamente em atenção, respeito ou consideração
Assim, é importante compreender que a reciprocidade é uma das bases mais sólidas de qualquer vínculo humano saudável. Amizades, relacionamentos amorosos e até laços familiares prosperam quando existe equilíbrio entre o dar e o receber. Quando apenas uma parte investe emocionalmente, a relação tende a tornar-se unilateral e, consequentemente, desgastante. Aprender a “dar a mesma importância” é, portanto, um exercício de autoconhecimento: perceber quando a nossa dedicação deixa de ser correspondida e ter coragem para recuar sem culpa.
Além disso, tratar os outros como nos tratam não significa agir com frieza, mas com coerência. É um modo de respeitar os próprios limites e evitar que a bondade se transforme em submissão. O ser humano, por natureza, tende a buscar aceitação e afeto; no entanto, a necessidade excessiva de aprovação pode levar-nos a tolerar atitudes que diminuem a nossa autoestima.
Psicologicamente, essa atuação relaciona-se com o conceito de assertividade — a capacidade de expressar sentimentos e defender direitos pessoais de forma respeitosa, sem passividade nem agressividade. Pessoas assertivas sabem reconhecer quando uma relação se torna desproporcional e conseguem ajustar as suas expectativas. Isso não é sinal de indiferença, mas de maturidade emocional. Aprender a dosear a entrega é, em última instância, aprender a preservar a própria paz.
Em conclusão, aprender a tratar como te tratam e a dar a mesma importância que te dão é, acima de tudo, uma lição de equilíbrio e amor-próprio. É compreender que cada pessoa demonstra o seu valor através das atitudes, e que insistir onde não há reciprocidade é desperdiçar energia que poderia ser investida em si mesmo ou em relações mais saudáveis. Viver com empatia é essencial, mas também é preciso viver com limites. Afinal, respeitar-se é o primeiro passo para ser verdadeiramente respeitado.

26/11/2025
 

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