12ª edição do convívio dos “jovens” com mais de 65 anos
Santo André das Tojeiras juntou 450 idosos em convívio
A Junta de Freguesia de Santo André das Tojeiras realizou, no passado sábado, o 12º Convívio dos “Jovens” com mais de 65 anos, tendo reunido neste evento 450 idosos e cerca de 70 voluntários que garantiram toda a logística.
“Respeita a velhice pois ela é a depositária da experiência”, referiu o presidente da Junta de Freguesia de Santo André das Tojeiras, durante o discurso que antecedeu o almoço-convívio.
Luís Andrade recordou que Santo André das Tojeiras “é das freguesias com maior índice de envelhecimento da Beira Baixa e até do país” e acrescentou que “se olharmos para as estatísticas ficamos assustados só de pensar o que será da nossa freguesia num horizonte de 15-20 anos”.
Para o autarca, compete a todos contribuir para minimizar o efeito desta tendência “e transformar este problema numa janela de oportunidades”, conjugando “a sabedoria e o saber fazer dos mais idosos com a inovação que os tempos nos trazem, com o objetivo de contribuir para criar riqueza e proporcionar qualidade de vida às pessoas, possibilitando-lhes um envelhecimento ativo com qualidade”.
E, desde logo, deixou um desafio a toda a população, mas sobretudo, às associações socio-culturais da freguesia, ao Centro Social de Santo André, e à paróquia: “Quem tiver ideias, mesmo que possam parecer fazer pouco sentido, contactem a Junta de Freguesia para que as possamos discutir e encaminhar”, referiu.
Luís Andrade sublinhou ainda que este encontro, que já vai na 12ª edição, “tem por objetivo juntar as pessoas de mais idade da nossa freguesia, proporcionar-lhes um dia de convívio, animação diversão e confraternização, mas também dizer-lhes que tiveram um papel extremamente importante quando eram novos”.
“Foram pessoas de coragem, que trabalharam afincadamente de sol a sol para governarem a família, viviam em comunidade, contribuíam para a criação de riqueza coletiva, para o ordenamento do território, para a afirmação e transmissão de valores sociais, culturais e religiosos, enfim, um conjunto de valores importantes que se vão perdendo com o tempo”, adiantou.
O autarca disse ainda que da parte da Junta de Freguesia, “só nos resta dizer bem-hajam pelo que fizeram pela nossa freguesia e que contamos com a experiência e dedicação de todos para valorizar a nossa terra”.
Por último, Luís Andrade recordou os presentes que a crise em Portugal “é bastante mais profunda que a falta de dinheiro, a enorme despesa do Estado ou de negociatas pouco claras” e acrescentou que o país, em pouco mais de 30 anos, “passou a ser um dos países europeus com menor taxa de nascimentos e maior número de idosos por mil habitantes”.
“Infelizmente, estamos a caminho do despovoamento e da desertificação do País. Não conseguimos proporcionar aos jovens a estabilidade necessária para que tenham motivação para constituir família e ter filhos. A tendência é para desprezar a experiência e a sabedoria dos mais antigos remetendo-os para quase guetos no fim da sua vida”, concluiu o autarca. O programa da 12ª edição do convívio iniciou-se logo pela manhã, com a celebração de uma missa, seguindo-se o almoço-convívio, onde a animação cultural marcou presença, com “Os Beirões da Concertina” e o duo “Tânea Bento e João Artur”. No final da tarde foi ainda servido um lanche.
O presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Luís Correia, esteve também presente no evento.