Gazeta do interior acompanhou um grupo de 80 turistas que viajaram entre cedilho e castelo branco
El Bálcon Del Tajo à procura de Castelo Branco
A proximidade entre Portugal e Espanha sempre deu aso a que tanto portugueses, como espanhóis quisessem conhecer e visitar o território dos seus vizinhos, com tudo aquilo que têm para oferecer. Afinal de contas, estamos todos na mesma Península.
O Bálcon Del Tajo chegou ao cais dos Lentiscais por volta das 10h30, trazendo o grupo de 80 espanhóis provenientes de Cáceres, depois já de terem passado por Cedilho e de proporcionar uma viagem com vista para a paisagem natural do Parque Internacional do Tejo Internacional, bem como do Rio Ponsul.
Tiraram fotos aqui e ali, saíram entusiasmados do barco e rapidamente entraram nos autocarros que para eles foram destinados. Seguiu-se a viagem de 20 quilómetros até Castelo Branco, sempre com a cidade albicastrense na linha do horizonte, com a animação que todos reconhecemos aos nuestros hermanos.
Os guias, Domingos Leitão e Catarina Torneiro foram dando um roteiro durante a viagem. Foi por esse roteiro previamente pensado pela Ponsulativo que o grupo de 80 conheceu parte da cidade.
Devido à especificidade do grupo, onde a grande maioria dos turistas tinham mais de 60 anos, Domingos Leitão explicou que a viagem foi planificada com espaços de visita no autocarro e a pé. “Nós aqui na Ponsulativo planeamos as atividades e as visitas baseados na especificidade de cada grupo, se forem mais jovens, com certeza não se importam e até devem querer atividades mais radicais e passeio a pé. Mas no caso de hoje, com a maioria de idosos, até por questões de saúde e comodidade, a planificação é dividida entre os passeios a pé e de autocarro”, disse.
A visita à cidade
Depois da passagem pela Rotunda da Europa e pelos Edifícios dos Bordados em autocarro, a primeira paragem foi no Centro Cívico, ou Docas, para quem conhece. Foi aqui que aproveitaram para uma pausa, um refresco.
José António, Loli e Verónica são três dos turistas que visitam Portugal, numa mistura entre estreantes e repetentes no país. “Vimos a Castelo Branco principalmente pelo ambiente que aqui se vive, mas também, a mim em particular, interessam-me muito os monumentos e os edifícios antigos que são maravilhosos”, explicou José Angel. As senhoras corroboraram esta opinião e acres- centaram também ser muito importante para a sua visita “as lojas da cidade”, que são do seu agrado.
A visita começa e vamos para junto da estátua de Amato Lusitano. Aqui, são explicados vários factos interessantes sobre esta figura da cidade, onde se chama a atenção para os edifícios circundantes e principalmente, um alerta para admirar a tradicional calçada portuguesa, durante toda a visita a pé.
Sempre animados e sem que a barreira linguística os impedisse de tirar o máximo proveito desta visita, seguiram em direção à zona histórica, mais concretamente à Praça Luís de Camões e depois até ao Museu Cargaleiro.
Entre explicações e dados curiosos que os guias iam providenciando aos curiosos castelhanos, foi-se progredindo na visita até que o grupo foi dividido: metade foi para Sé Catedral, a outra metade foi para os Bordados de Castelo Branco. E depois trocavam, claro.
O grande final desta manhã foi a visita ao Jardim Episcopal. A beleza que oferece permitiu a que se tirassem fotografias, fazendo poses para tal nas escadarias e o momento de conhecer um dos locais mais bem conservados da cidade albicastrense.
Depois disto, era tempo de almoçar e recarregar forças para a tarde. Foram então para o restaurante, no complexo da Piscina-Praia de Castelo Branco, onde repousaram e provaram a gastronomia tradicional portuguesa.
O papel da Ponsulativo
Nada disto seria possível sem a colaboração além-fronteiras que a empresa Ponsulativo desempenha, trazendo muitos turistas ao conhecimento desta região do Interior.
Formou-se antes de 2000, com o objetivo de se realizarem atividades no rio Ponsul, daí a escolha do nome.
Domingos Leitão, sócio-gerente, fundador e guia turístico é a cara deste projeto. “Depois de apresentar o projeto, tivemos de esperar uns bons anos até oficialização da empresa, que foi em 2011, pois o plano de ordenamento do Parque Natural do Tejo Internacional demorou a chegar e tivemos mesmo de esperar por estas diligências”, continuou a explicar.
“Foi inaugurado um ancoradouro em 2012 e estabelecemos vários protocolos com empresas relacionadas com o turismo aqui na região Raiana. Entre elas, a empresa FactorOcio, sediada em Cáceres, que detém o barco Bálcon Del Tajo”.
Elucidou que no protocolo foi estabelecido o acordo de receber em Castelo Branco os turistas que chegavam ao ancoradouro dos Lentiscais, sendo que a Ponsulativo enviaria também através da mesma viagem no barco, todos aqueles turistas portugueses que quisessem visitar Espanha. “O ano passado trouxemos cerca de 6000 turistas espanhóis a Castelo Branco e este ano, projetamos que os números chegarão aos 8000”, revelou.
“Este projeto é do máximo interesse para região de Castelo Branco”, opinou. “É um contributo estratégico muito importante para o desenvolvimento do comércio local, para a gastronomia tradicional portuguesa e no fundo, para o seu desenvolvimento económico”.
A sede é o Cais Bar, localizado na Avenida Humberto Delgado e Domingos tem ainda a ajuda de outro sócio, Sílvio Martins, bem como vários outros guias.
Parte final
O almoço foi como a viagem e a visita: animado. Houve até karaoke, com o tradicional Fado cantado pelos presentes, bem como alguma música espanhola, como não poderia deixar de ser.
Fizeram-se 15h e havia três possibilidades para a tarde: ou ficavam no complexo de piscinas a relaxar, ou iam visitar o Museu Cargaleiro, ou então passavam o restante tempo em Castelo Branco às compras no Fórum. Grande parte escolheu o Fórum onde viram lojas, compraram coisas… Depois da cultura, uma passagem pelo comércio.
Às 17h, estavam já novamente nos Lentiscais para a viagem de volta no Bálcon Del Tajo. O dia chegou assim ao fim com 80 turistas satisfeitos, uma empresa orgulhosa do seu trabalho e, com certeza, bastantes promessas de regresso.