Instituto Politécnico de Castelo Branco
Mais de uma centena de alunos abandona por dificuldades
Mais de uma centena de alunos abandonaram os seus estudos no Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), desde o início do ano letivo, a esmagadora maioria devido a dificuldades económicas.
“Neste momento é o número que temos de abandono escolar. Temos o cuidado de fazer um inquérito quando isso acontece e lamentamos não sermos conhecedores das situações previamente, porque temos condições de garantir que alguns desses alunos pudessem continuar connosco”, explicou Carlos Maia.
O presidente do Politécnico, falava aos jornalistas à margem da cerimónia de tomada de posse para o seu segundo mandato à frente da instituição que decorreu segunda-feira, no edifício dos serviços da presidência.
Carlos Maia sublinha que “infelizmente ainda constitui um determinado estigma dizer que se tem dificuldades financeiras. Acho um disparate e tento incutir isso aos alunos, porque ninguém tem culpa da situação em que está”.
O recém-empossado presidente do Politécnico, refere ainda que reúne de dois em dois meses com a administradora do Serviço de Ação Social da instituição e com as associações de estudantes das diversas escolas, precisamente para tentar sinalizar alunos que estejam nestas condições.
“Temos condições de manter esses alunos, mesmo aqueles que têm mais dificuldades financeiras. Por vezes, somo informados e já eles abandonaram,”, disse.
Carlos Maia considera este número de abandonos excessivo.
“É um número em excesso. Fosse qual fosse esse número era excessivo desde que significasse abandono do Ensino Superior”, disse o presidente do Politécnico.
“Não faz qualquer sentido conseguirmos trazer cidadãos para o Ensino Superior, com os níveis de qualificação que a população portuguesa tem e depois eles terem que abandonar, porque não têm condições financeiras”, referiu.
Carlos Maia recorda também que o País tem metas europeias a atingir ao nível das qualificações do Ensino Superior.
“Os nossos níveis de qualificação ainda estão muito aquém da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e, portanto, não se compreende que um país com um sistema organizado de ensino, exclua os seus alunos, porque não têm condições financeiras para estudar. Não é compreensível”, concluiu Carlos Maia.