EMPRESA DE CONFEÇÃO DE VESTUÁRIO
Goucam assina contratos de trabalho com 60 colaboradores
A Goucam Castelo Branco, Lda, que já está a laborar nas antigas instalações da Cilvet, localizadas na Zona Industrial de Castelo Branco, assina, sexta-feira, os primeiros 60 contratos com os colaboradores que vão integrar os quadros desta empresa de confeção de vestuário.
A cerimónia, que está marcada para as 16 horas, nas instalações da Goucam Castelo Branco, conta com a presença do presidente da Câmara de Castelo Branco, Luís Correia, e terá início com a entrega dos diplomas da ação de formação profissional promovida pela Modatex, que decorreu ao longo dos últimos seis meses.
Logo de seguida são celebrados os contratos de trabalho com os primeiros 60 colaboradores. O programa termina com o lançamento de um novo ciclo de formação com a Modatex, para mais 15 elementos que, posteriormente, também integrarão os quadros da empresa, para qual, como é adiantado, está em estudo, no Ministério da Economia um pedido de reconhecimento de Interesse Estratégico Regional. Refira-se que a Goucam Castelo Branco é a unidade mais recente do Grupo Goucam, que tem sede em Viseu, e segundo é adiantado a aquisição destas instalações na Zona Industrial de Castelo Branco, foi a forma encontrada pelo Grupo Goucam, para aumentar a produção, respondendo à procura.
Tudo, porque em termos de volume de negócios o Grupo Goucam registou um crescimento de 25 por cento em 2012 e mais 20 por cento no ano que terminou.
Questionados quando ao valor do investimento realizado na aquisição da unidade em Castelo Branco, o diretor fabril, Filipe Madaleno, e o diretor comercial, Henrique Gândara, em declarações à Gazeta não avançam com números, adiantando apenas que este “não é um investimento fechado”, Por isso consideram que “é prematuro avançar com valores”, tanto mais que, acrescentam, “outros investimentos serão feitos, de acordo com as necessidades dos próximos meses”.
O que Filipe Madaleno e Henrique Gândara garantem, é que na Goucam Castelo Branco a produção é exclusivamente de casacos, de senhora e de homem, sublinhando que, deste modo, se mantém a produção da antiga unidade, uma vez que já era uma linha de casacos.
Quanto ao destino dos casacos produzidos, revelam que 99 por cento, o são para outras marcas, como a Massimo Dutti, Uterqüe, Carolina Herrera, Harry Wilson, ETIEM by Javier Cañás, PBO e Purificacion Garcia.
Salientam, no entanto, que o objetivo “é fazer crescer a marca própria”, mas admitem que “isso leva tempo a conseguir, havendo um caminho a percorrer”.
Os motivos da compra
da unidade albicastrense
A aquisição da unidade em Castelo Branco aconteceu devido a diversos fatores, sendo adiantado que um deles resulta das “instalações terem pertencido a uma sociedade desativada em abril de 2012, ou seja, uma desativação recente” que, como é realçado, “tem um potencial de reativação mais rápido”.
Por outro lado, também foi tomada em consideração a circunstância das instalações “estarem devidamente equipadas e prontas a serem reativadas”, sendo que devido a isso é possível “a evolução para um aumento da capacidade instalada a médio prazo”.
Mas não foram apenas as instalações e os equipamentos que foram determinantes para esta escolha, ma vez que, por outro lado, também foi dada atenção à vertente dos recursos humanos.
Área em que é destacado que “se aproveitou, dos quadros desempregados da anterior empresa que existia naquele espaço”, as pessoas que “foram recrutadas para a formação e por consequência haver a intenção da sua integração dos quadros da Goucam Castelo Branco, após finalização da formação”, o que acontece já com estes primeiros 60 colaboradores. Nesta matéria é sublinhado que “81,25 por cento dos formandos que a empresa pretende integrar nos seus quadros são desempregados provenientes da anterior empresa, estando desta forma potenciada a maior rapidez de integração no sistema operacional de trabalho do Grupo”.
Grupo destaca
redução do desemprego
O Grupo Goucam revela também alguma preocupação de caráter social ao decidir adquirir e reativar a unidade albicastrense, ao adiantar que “numa zona carecida de criação de postos de trabalho, no Interior da Raia de Portugal, com uma taxa de desemprego elevada, com 3.698 desempregados, a criação de 60 postos de trabalho, potenciando ainda mais 30 a curto prazo, contribui para a redução de quase dois por cento no valor do desemprego do Concelho”.
Sublinha igualmente que “59 destes postos de trabalho são do sexo feminino que, por norma, é o mais penalizado em termos de admissão para emprego”, de onde resulta que este passo contribuirá para “a redução do desemprego do sexo feminino em 3,2 por cento”.
Por outro lado, é adiantado que Castelo Branco é um concelho “muito fustigado pelo desemprego de longa duração, sendo este o contributo para uma redução em 3,4 por cento”.
Em termos de números é também adiantado que “a média da faixa etária dos postos de trabalho a criar é de 42 anos, sendo essa também uma das faixas etárias mais castigadas pelo desemprego na zona e em Portugal”, para concluir que, assim, se consegue “uma redução de 3,4 por cento do desemprego no grupo etário mais afetado no Concelho, que é dos 35 aos 54 anos”.
É ainda sublinhado que, “em média, 65 por cento dos postos de trabalho a criar, 44, têm menos do 9º ano de escolaridade, ou seja, são profissionais com baixo nível de escolaridade, que dificilmente conseguiriam emprego noutra área de atividade”.
António Tavares