João Belem
A Escola numa perspetiva inclusiva
A escola torna-se inclusiva quando reconhece as diferenças dos seus alunos defronte do processo educativo e procura a participação e o progresso de todos, adotando novas práticas técnico-pedagógicas que dependem de mudanças que vão além da escola e da sala de aula. Para que esse projeto se possa concretizar, é patente a necessidade de atualização e desenvolvimento de novos conceitos, assim como a redefinição e a aplicação de alternativas e práticas pedagógicas e educacionais compatíveis com a inclusão.
Um ensino para todos os alunos há que se distinguir pela sua qualidade.
Neste âmbito assistimos no passado fim de semana , nos dias 23 e 24 ao 1º Seminário IncluTic ( A inclusão e as Tic) em Castelo Branco organizado pelo Agrupamento Amato Lusitano com o apoio da Câmara Municipal de Castelo Branco , de Instituições do ensino superior de Leiria, Guarda, Aveiro e Castelo Branco e da DGESTE.
Houve exposição de materiais tecnológicos inerentes ao tema e a participação especial da APPACDM.
Foram proferidas durante os trabalhos excelentes intervenções que muito nos ajudaram a refletir sobre o tema em causa. Neste sentido é importante reter algumas das conclusões do evento que juntou ilustres conferencistas e especialistas, quer a nível nacional quer a nível local, sobre a inclusão e sua desejável concretização.
Assim vejamos as conclusões a que se chegou:
·O grande potencial das TIC para promover a participação cívica de todos, harmonizar as diferenças e aumentar a qualidade de vida de todos.
·O saber usar (com autonomia) as TIC, é mais importante que o próprio acesso. Reforçou-se a importância de o aluno e os restantes elementos da comunidade terem noções de literacia digital.
·A ansiedade sentida pelos docentes em relação à utilização de tecnologias específicas na sala de aula, e a satisfação sentida quando é ultrapassada e são vencidas grandes barreiras físicas.
·O utilizador final deve ser capaz de criar conteúdo e disseminá-lo. A importância de passar de uma lógica de acesso para uma lógica de construção e participação ativa.
·Os produtos de apoio têm impacto em várias dimensões, não só ao nível educativo, mas também nos momentos de lazer e em atividades lúdicas.
·O currículo deve passar para os espaços informais.
·Usar a diversidade como recurso de aprendizagem na medida em que os recursos criados para as especificidades de um grupo, ou de um individuo, podem ser generalizados com vantagens para todos os cidadãos.
·A importância da adequação da tecnologia ao individuo. Foram dados exemplos de como se pode partir dos problemas para a procura de soluções, através da investigação desenvolvida em instituições de ensino superior.
·A atribuição de produtos não é um processo fechado, mas é um contínuo em aferição e adaptação constantes, em função das necessidades do aluno, dos seus interesses, dos contextos, do desenvolvimento tecnológico e da capacitação dos profissionais envolvidos.
·Constatou-se o impacto nacional e internacional de produtos produzidos pelos CRTIC e a própria participação dos mesmos na disseminação de práticas colaborativas em rede, na formação de profissionais.
·A necessidade de constituição de equipas multidisciplinares, de criação de parcerias com instituições de ensino superior e de encontrar estratégias mais eficazes para efeito de avaliação, aconselhamento e implementação dos produtos de apoio.
·Deve promover-se a criação de redes de trabalho colaborativo para facilitar o acesso a conteúdos atualizados e melhorados.
·A importância da avaliação envolver a articulação de todos os agentes integrados no processo de decisão de atribuição de produtos.
Para finalizar nunca é demais salientar que o empenhamento e trabalho dos professores de Educação Especial e não só, contribuem para conjugar igualdades e diferenças como valores indissociáveis e como condição de acolher todos exigindo firmeza e envolvimento dos que se empenham para que as escolas se tornem ambientes educacionais plenamente inclusivos.