A Semana Maior – Os cristãos designam esta semana como A Semana Maior. A semana em que se evocam os últimos dias de Jesus, a sua Paixão e Morte e a sua Ressurreição. A semana, à espera do Dia Maior: a Páscoa da Ressurreição. À espera do anúncio do anjo “Ele não está aqui. Ressuscitou!” (Luc,24:6)
Na nossa cidade e na nossa região são ainda muito significativas as tradições que se mantêm, a desafiar os sentidos e a imaginação do mundo de hoje.
É um tempo, sempre novo, que interpela os homens inquietos. E que convida a olhar o Mundo à luz do mistério da Páscoa de há dois mil anos. E a olhar os gestos do papa Francisco e da Igreja com outros olhos. O apelo do ano passado, na mensagem Urbi et Orbi: “Que a comunidade internacional não permaneça inerte perante a imensa tragédia humanitária no interior destes países (Síria e Iraque) e o drama dos numerosos refugiados”, ainda permanece sem a resposta necessária. É provável que este ano, no Ano da Misericórdia que o Papa propôs ao Mundo Cristão, o Papa volte a lembrar esse drama e a apelar ao sobressalto cívico e humanitário que a situação exige. Urge despertar consciências e esta semana é o tempo de Graça para esse fim.

Há poesia no ar! – E porque esta semana é mesmo especial – também começou a primavera e somos convidados a celebrar o Dia da Poesia! aqui deixo, de um poeta da nossa Região, que aqui viveu e, da Rua D’Ega, nunca esqueceu “o fulgor das manhãs” nem “o aroma das frésias”. É um grito/apelo a interpelar:

Urgentemente

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
Multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.
Eugénio de Andrade (in Até Amanhã)

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