23 de março de 2016

João Belém
UM BOM INÍCIO PODE MANTER-SE POR UMA VIDA INTEIRA

“O mais vulgar dos alunos sabe agora verdades pelas quais
Arquimedes sacrificaria a vida”
Ernest Renan

Foi recentemente divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um grande estudo internacional sobre a adolescência. Chama-se Health Behaviour in School-Aged Children, e é feito de quatro em quatro anos. Os resultados da edição de 2014/2015 baseiam-se nas respostas de mais de 220 mil adolescentes europeus e do Norte da América. A recolha foi feita em escolas com 6.º, 8.º e 10.º anos e em Portugal, que se estreou no ano 1997/1998, participaram este ano 6000 adolescentes.
“Este relatório tem uma série de muito boas notícias. A redução do álcool e do tabaco significa que as políticas que os países têm estado a implementar estão a tocar nos riscos do tabaco e do álcool nos jovens. Mas os países precisam de se manter vigilantes com as raparigas, mais do que com os rapazes”, segundo Gauden Galea, diretor da divisão de doenças não comunicáveis e promoção da Saúde do escritório da OMS para a Europa.
Este estudo que mostra também que os adolescentes portugueses são dos que se sentem mais apoiados pela família, têm consumos de álcool ligeiramente abaixo da média observada noutros pontos do globo e, mais dos que os outros, quando têm relações sexuais em que usam preservativo.
Mas também não devemos ignorar as más notícias do mesmo e uma delas, que nos deve levar a refletir e arranjar estratégias alternativas para resolver o problema é a de que a escola em Portugal é pouco estimada.
Não podemos ignorar que grande parte dos alunos quando questionados sobre o que gostam na escola mencionam em último lugar as aulas.
“Isto é um forte alerta aos responsáveis pela educação neste país”, diz Margarida Matos, a investigadora que em Portugal coordena este estudo da OMS.
Neste sentido a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, tutelada pelo Ministério da Educação (ME), reconhece o problema e faz saber que: “Torna-se prioritário encontrar novas formas de motivar os alunos para o infinito mundo de aprendizagens que a escola lhes pode dar: o desporto escolar e a promoção de hábitos de vida saudáveis são temas a que daremos total prioridade e que, esperamos, contribuirão para combater a insatisfação dos nossos jovens face à escola.”
E prossegue dizendo: “Queremos ainda dar um novo fôlego à educação para a cidadania e à valorização da educação não formal, também enquanto ferramentas de educação para a diferença, fazendo frente aos níveis elevados de bullying a que tantos adolescentes estão sujeitos, conforme releva mais uma vez este estudo.”
A criação de um ambiente escolar favorável à sociabilidade aumenta a frequência do comportamento infantil positivo, ajudando a desenvolver suas habilidades sociais e podendo até limitar comportamentos agressivos futuros.
A escola deve ser pois um local em que os seus utentes se sintam bem, gostem de estar e onde seja possível criar uma prática educacional que leve à interdisciplinaridade, vista em seus diferentes ângulos: desenvolvimento de uma atitude interdisciplinar na construção do conhecimento, trabalho coletivo, construção do conhecimento pelo diálogo.

23/03/2016
 

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