APRESENTAÇÃO EM MALPICA DO TEJO
O Adagiário Popular Meteorológico
O Movimento Monárquico de Castelo Branco, com o apoio da Junta de Freguesia de Malpica do Tejo, organizou, dia 24 de abril, naquela localidade, uma palestra que teve como ponto central o livro Mudam os Ventos, Mudam os Tempos – O Adagiário Popular Meteorológico, de Manuel Costa Alves.
O autor iniciou a palestra falando da sua ligação a Malpica do Tejo, terra do seu pai e dos seus avós. Costa Alves falou da ligação do adagiário popular com a ciência meteorologia, bem como da evolução da meteorologia que começou a ser considerada ciência no Século XIX e o grande interesse pela meteorologia nos anos 60 do Século XX.
Costa Alves ao escrever o livro andou pela Biblioteca Nacional a fazer o trabalho de investigação, fazendo recolhas do adagiário popular, destacando o trabalho de dois sacerdotes católicos do Século XVII.
Costa Alves falou dos ditados populares e fez referência a Miguel Cervantes, destacando um texto do livro Dom Quixote da Mancha, falando ainda nos conhecimentos populares antigos referente ao comportamento da atmosfera. Uma abordagem em que não foi esquecida a ligação das temperaturas na Península Ibérica e os ditados populares fazendo criticas negativas a Es-panha.
A sessão incluiu igualmente a leitura de um poema de Ruy Belo, por Costa Alves e Celeste Capelo.
Também não foi esquecida a relação com a atmosfera dos marinheiros dos séculos XV e XVI.
Costa Alves fez referência a um poema de Alberto Caeiro, um dos heterónimos de Fernando Pessoa: Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Por outro lado destacou o ditado popular de Malpica do Tejo, que diz que Folga o trigo debaixo da neve/Como a ovelha debaixo da pele.
A sessão terminou com uma apresentação da evolução da temperatura nos últimos 400.000 anos, com Costa Alves a mostrar à assistência os quadros da Flandres de Dieter Bruegel, as trovoadas, halos solares e lunares, astrologia, superstições e almanaques.