SANTO ANDRÉ DAS TOJEIRAS
Pólo da USALBI dinamiza Freguesia e incentiva convívio
A antiga escola de Santo André das Tojeiras voltou a ganhar vida com o pólo da Universidade Sénior Albicastrense (USALBI). Semana após semanas, lá chegam das várias localidades da freguesias os jovens alunos, ávidos de aprender nas disciplinas lecionadas.
“Foi a melhor coisa que aconteceu na Freguesia nos últimos anos” confessa à nossa reportagem Lívia Catarino, do Vale da Pereira, aluna do pólo da USALBI desde a primeira hora.
O gosto pelos trabalhos que desenvolvem é tal que nem durante o mês de férias, agosto, 11 senhoras deixam de ir todos os sábados à escola, para a disciplina de Artes-Bordados.
Maria Odete, das Tojeiras, frequenta a USALBI há alguns meses nas disciplinas de Informática, Cidadania e nas Artes-Bordados. Depois de uma vida feita no Barreiro, o regresso à terra natal aconteceu naturalmente, afirma que depois de uma vida agitada, gosta da calma das Tojeiras, mas a USALBI ajuda a cortar essa rotina e incentiva o convívio com outras pessoas.
Confessa que a disciplina que mais gosta é mesmo os Bordados, porque “gosto de fazer estas coisas bonitas. Nunca tinha bordado à mão e estou a gostar bastante”. A Informática ajuda a saber mexer no Skype, que utiliza para falar com o filho e netas, que estão na Holanda.
Maria Odete não vai sozinha para a Universidade, consigo vai o marido, que frequenta também as disciplinas de Informática, Cidadania e faz parte do Coro do Pólo.
Beatriz Gonçalves, tem 69 anos, é da Fonte Longa, para onde regressou à cerca de 10 anos, depois de vários anos imigrada em França. Inscreveu-se na USALBI para concretizar o sonho de aprender a fazer bainhas abertas, “sempre foi o meu sonho. A USALBI ajudou a concretizar esse sonho, gosto muito”, garantiu à nossa reportagem.
Beatriz Gonçalves concretiza o sonho e convive com outras senhoras da Freguesia, “é um bocadinho muito bom que passamos aqui juntas”, realça com um sorriso e frisa que “saímos da nossa rotina, passamos aqui uma tarde de convívio. Para mim é muito importante”.
Às voltas com as bainhas abertas de uma pequena toalha, Lívia Catarino, do Vale da Pereira, é aluna desde a primeira hora, “fiquei muito contente quando soube da Universidade Sénior e inscrevi-me em todas as disciplinas, menos na Hidroginástica, e também faço parte do Coro”, realça orgulhosa.
Lívia Catarino, faladora por natureza, gosta de ter o tempo ocupado, “quando começam as aulas temos todos os dias ocupados, é só uma hora, mas é muito bom”.
A viver na Fonte Longa, Maria do Rosário, vai com o marido às aulas de Informática, e nos sábados sozinha aos Bordados. “Para o próximo ano quero inscrever-me noutras disciplinas e vou integrar o Coro, pois fui convidada”, adianta com orgulho.
Com uma formadora exigente nos Bordados, os trabalhos têm que ser prefeitos, ninguém se queixa, porque “estamos aqui para aprender a fazer bem”, afirma Maria Odete, do Gaviãozinho, que está a fazer um trabalho de Bordado de Castelo Branco.
“Agora vou desmanchar, não está perfeito e tem que ficar”, explica à nossa reportagem. Admiradora do Bordado de Castelo Branco, Maria Odete inscreveu-se na USALBI com o intuito de aprender a fazer este bordado.
“Inscrevi-me logo assim que soube e vou continuar”, garante Maria Odete, enquanto vai desmanchando um pouco do trabalho que não ficou “bem redondinho”.
O Pólo da USALBI de Santo André das Tojeiras é unanimemente considerado uma mais valia para a população da Freguesia. Tal como os outros pólos, tem contribuído para a dinamização das populações e para combater o isolamento.
Pólos vão continuar a crescer
nas freguesias do Concelho
Arnaldo Brás, presidente da USALBI, destaca que a criação dos polos, foi uma aposta ganha, uma vez que “em todas as freguesias onde foram criados são um grande sucesso bem visível pelo entusiasmo com que as pessoas aderiram. Os pólos vieram colmatar a falta de atividades para ocupar os tempos livres”.
Apesar de não querer adiantar ainda em que freguesias vão surgir novos pólos, “porque estamos em processo eleitoral”, Arnaldo Brás não esconde que há muitas solicitações, “há uma grande abertura por parte do presidente da Câmara para que o número de pólos aumente. Este foi dos projetos mais importantes e justifica plenamente o alargamento a outras freguesias.”
Luís Andrade, presidente da Junta de Freguesia de Santo André das Tojeiras, considera que o pólo é “dos melhores projetos que alguma vez aqui se implementou” . O autarca, conhecedor das necessidades das gentes da sua freguesia, considera que o pólo é uma “mais valia do ponto de vista cultural e social”, pois é uma oportunidade não só de socializarem, mas também de aprenderem sempre “alguma coisa”.
O autarca explica que logo que o pólo foi anunciado a adesão foi grande. Frequentam a USALBI, em Santo André das Tojeiras, cerca de 70 pessoas, de várias localidades, que “são ativas, interessadas e que têm ajudado a dinamizar a Freguesia, pois dão sugestões ao executivo de atividades que se podem realizar na Freguesia”, explica Luís Andrade.
Dois dos professores que ministram disciplinas no pólo são da Freguesia, Canto Coral e Concertinas, disciplinas que tal como todas as outras tiveram grande adesão.
“Estamos disponíveis, para, se as pessoas assim o entenderem criar mais disciplinas, nomeadamente Inglês”, afirma Luís Andrade.
O autarca confessa que uma das coisas que mais gosta de ver é a chegada dos alunos “à escolinha”.
“Dá-me imenso prazer ver estas pessoas regressar à escola, agora chamada de Universidade, com as suas pastas a tratarem-se de colegas e ansiosos por aprender e acima de tudo conviver”, frisa Luís Andrade com um sorriso.
A Junta de Freguesia vai colocar no espaço, antiga escola primária, uma biblioteca, que foi oferecida pelo Grupo dos Amigos de Santo André das Tojeiras, que ficará ao dispor dos alunos da USALBI - Pólo de Santo André.
Cristina Valente