25 de setembro de 2019

BE apresenta sugestões para a Linha da Beira Baixa

Os candidatos do Bloco de Esquerda (BE) às Legislativas de 6 de outubro pelo Círculo Eleitoral de Castelo Branco, realizaram, dia 19 de setembro, uma viagem na Linha da Beira Baixa, entre Castelo Branco e a Covilhã, “para denunciar os atrasos nas obras na Linha”.
Os bloquistas recordam que “o governo do Partido Socialista comprometeu-se a reabrir este trajeto, obra que foi inscrita no âmbito do Programa 2020 para a ferrovia. O mesmo programa previa a renovação integral do traçado em causa, o que equivale a referir, a substituição dos carris, a substituição das pontes ainda não renovadas e a respetiva eletrificação”.
Tudo para realçarem que “esta intervenção em curso, cujo prazo de conclusão estava previsto para o mês de setembro de 2019, não foi devidamente calculado, e em função do teor das mesmas obras em curso, só deverão estar concluídas no final do primeiro semestre de 2020, na melhor das hipóteses”.
Destacam também que a intervenção “não previu qualquer correção do traçado, mantendo-se desta forma o traçado integral levado a cabo no Século XIX”.
Por isso é considerado que “esta foi uma oportunidade perdida, que não obstante os condicionamentos orográficos da Linha, teria sido possível ter eliminado algumas curvas, sobretudo nos trajetos de Covilhã a Caria e de Belmonte até ao Barracão/Sabugal”. Tudo para acrescentarem que “este aspeto vai condicionar fortemente as velocidades que passarão a ser praticadas, que na maioria do trajeto, não poderá praticar velocidades superiores a 90/100 quilómetros por hora”.
A preocupação é também revelada, porque “tendo em conta que esta linha vai servir para o transporte de comboios de mercadorias, cujos comprimentos das composições estão estimados nos 600 metros, preocupa-nos sobretudo o trajeto ao longo do Rio Tejo, que apresenta características orográficas muito particulares, que determinam à partida a consolidação dos respetivos taludes/barreiras”, pelo que “estes melhoramentos, que não estão para já previstos no âmbito das obras em curso, terão que ser tidos em conta no mais curto espaço de tempo”.
O Bloco propõe para este troço da linha, “que nos casos mais críticos, se procedesse à construção de túneis cegos, estruturas com palas de coberturas e suportados por colunas com espaços abertos para o lado do rio, de modo a que os possíveis deslizes de terrenos não ponham em causa a integridade da Linha”.
Por outro lado é realçado que “quando estiverem concluídas as obras em curso, no trajeto até à Guarda, importa questionar como vai ser a exploração da linha”, sendo adiantado que “não faz qualquer sentido que continue a manter-se a separação entre as linhas da Beira Alta e Beira Baixa. É urgente, que se pense numa exploração integrada, à semelhança do que já existiu em diversas ocasiões, ou seja, privilegiar as ligações ao Norte do País, a partir da Beira Interior, do eixo Covilhã/Fundão”.
Igualmente defendido é que “faz todo o sentido que o serviço Intercidades (IC) passe a ter uma filosofia de exploração diferente, ou seja, que o primeiro IC que agora sai da Guarda para Lisboa, o passe a fazer a partir da Covilhã, via Guarda, Beira Alta, de modo a privilegiar as ligações a Coimbra e à região Norte do País”, sendo que “tal não impede que num futuro a médio prazo, e logo que a disponibilidade de material circulante o permita, sejam pensadas ligações diretas ao Porto a partir da Covilhã, sobretudo nos fins de semana, nos períodos letivos”.
Já no âmbito do serviço regional, “faz todo o sentido que o eixo Vilar Formoso – Guarda, passe a ser estendido à Covilhã, Fundão e Castelo Branco, retomando práticas anteriores já existentes na Região”, ao mesmo tempo que “a médio prazo, devem ser encetados contactos com a Renfe e Adif espanholas, no sentido de se estudar a possibilidade de efetuar ligações pendulares entre esta região e a Salamanca”.
Outra sugestão passa por “serem potenciados os ramais ferroviários já existentes na Linha, nomeadamente Fundão, Benquerenças e Ródão, no sentido de se estimular o transporte de mercadorias via caminho de ferro”, bem como que “deve ser estudada a possibilidade de uma ligação ferroviária ao Parque Industrial do Tortosendo”.
Noutra vertente o Bloco “exige junto do Governo, que sejam encetados estudos a realizar conjuntamente com Espanha, no sentido de se fomentar o transporte de mercadorias a partir de Vilar Formoso, utilizando para o efeito o modo ferroviário”.
Por último, tendo em atenção a paisagem a proximidade com o Rio Tejo, os bloquistas sustentam que “seja pensado a realização de comboios turísticos, sobretudo vocacionados para o turismo sazonal, tão forte e diversificado em toda a região servida pela Linha da Beira Baixa”.

25/09/2019
 

Em Agenda

 
29/05 a 12/10
Castanheira Retrospetiva Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video