18 de dezembro de 2019

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

Para quem tinha ainda alguma réstia de esperança de que os ingleses, através do voto, repensassem a decisão de saída da União Europeia, o Brexit, os resultados das eleições de 12 de dezembro, na quinta feira passada, que se constitui como um autêntico referendo sobre o assunto que tem estado no centro da vida política do Reino Unido desde há três anos, foi um pesadelo para a esquerda com a pior derrota de sempre do Partido Trabalhista e os Conservadores de Boris Johnson a ultrapassarem as mais otimistas previsões das sondagens, com uma retumbante vitoria a dar-lhe uma confortável maioria absoluta. Pensava eu, como outros que a ascensão à liderança de Boris Johnson iria fazer esfrangalhar o partido. Afinal o Reino Unido escolheu o caminho que Boris personifica e mesmo algumas das circunscrições que eram historicamente trabalhistas, votaram agora pelos conservadores. E assim é garantido que o Brexit vai mesmo acontecer até ao ultimo dia de janeiro. Como aconteceu isto? A maioria dos analistas culpa Jeremy Corbyn por defender uma linha ideológica marxista, muito anos 80, que assusta muito boa gente e, principalmente pela posição dúbia sobre a saída, nunca se declarando claramente contra mas adivinhando-se que com ele haveria um arrastamento da decisão por um tempo que muitos ingleses já consideram por demais excessivo, fartos de terem a vida política capturada pelo Brexit. Quer isto dizer que por aqueles lados as coisas vão finalmente entrar nos carris das decisões rápidas e inequívocas? Ainda há muito caminho por andar, no período de transição que se prolongará muito provavelmente para além do ano programado e Boris tem uma maioria absoluta mas não une um Reino que parece cada vez mais desunido. O movimento independentista escocês ganhou novo fôlego e há um risco real de reaparecerem conflitos nas Irlandas. De qualquer forma parece afastado o pesadelo de uma saída sem acordo.

Os movimentos sociais, de cariz diverso, vão-se afirmando um pouco por todo o lado, enfrentando os problemas a que os partidos e instituições parecem não ser capazes ou ter vontade de encontrar resposta. É o movimento de luta contra as mudanças climáticas personificado por Greta Thunberg que mobiliza milhões em todo o mundo e é agora o Movimento Sardinha, nascido quase espontaneamente da iniciativa de quatro jovens antifascistas para enfrentar a extrema direita liderada por Matteo Salvini e a exigir a eliminação de um decreto contra a imigração. É um movimento pacífico que organiza comícios próximos dos da Liga de Salvini, em campanha eleitoral, com ordens estritas para não haver provocações nem agressividade. O resultado são os muitos milhares de italianos que fazem sua esta luta e que nas suas manifestações pacíficas ultrapassam largamente os aderentes de extrema direita. Afinal ainda há bons motivos para sermos otimistas.

18/12/2019
 

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