Edição nº 1636 - 29 de abril de 2020

Alfredo da Silva Correia
O COVID-19 E A ECONOMIA - ADAPTAÇÃO VAI SER NECESSÁRIA (CONTINUAÇÃO)

O COVID-19 está sem dúvida alguma a alterar muito o nosso modo de vida com consequências enormes na economia. A dimensão destas depende muito, sem dúvida alguma, do tempo que demorar esta pandemia. No início pensava que não duraria muito, eventualmente um mês, pelo que em breve voltaríamos ao modo de vida anterior. Não obstante, o tempo foi passando e do que se ouve sobre a mesma, já há quem tenha a leitura de que, pelo menos durante este ano, dificilmente se regressa ao modo de vida anterior.
Como modo de nos defender deste vírus reagimos deixando de trabalhar e refugiando-nos em casa, o que pode significar que podemos não morrer do mal, mas pode acontecer que morramos da cura, ou seja da carência de bens essenciais à vida. Acho que parar 30 a 45 dias se justificava, mas após estes, deveria instalar-se uma cultura, na nossa sociedade, de auto defesa do vírus usando máscaras, ou lenços protectores do nariz e da boca e voltar ao nosso trabalho.
Sem dúvida, que o facto de a China ter conseguido reduzir a preocupação com o vírus em pouco tempo e ter já os motores da economia em aceleração, não pode deixar de ter o seu significado, mas o nível da sua transmissão pelo mundo fora, não pode também deixar de representar sinais preocupantes.
Para procurar minimizar os impactos de tal pandemia nas economias respectivas, os Estados estão a tomar medidas, como não podia deixar de ser. O nosso próprio Estado também o está a fazer, procurando que as empresas resistam e recomecem a trabalhar logo que este inimigo, seja dominado, o que é, sem dúvida alguma, muito positivo. Não obstante esta tentativa, bem lógica, pode acabar por se revelar infrutífera, caso o vírus não seja dominado no máximo de 3 meses, pois ainda que o Estado queira prolongar o prazo de tais medidas, dificilmente terá capacidade para tal, pois encontra-se altamente endividado e vai começar a receber cada vez menos impostos, pela redução da actividade económica.
E será neste ambiente que esperamos não aconteça, que acabaremos por ser confrontados com a desestruturação da nossa economia, com consequências enormes no nosso modo de vida, exigindo-nos um enorme esforço de adaptação a novas realidades.
De facto, passarmos a viver com uma cultura de consumir o que se produz próximo, terá consequências nefastas na nossa qualidade de vida, até porque ao longo das últimas décadas se perdeu localmente muita da capacidade produtiva de muitos bens essenciais à vida. Com este raciocínio que espero não se concretize, eventualmente até o factor produtivo terra poderá voltar a ter valor, porque pode vir a ser fundamental para a sobrevivência.
Estarei a ser algo irrealista e espero bem que sim pois, todos como eu, não podemos deixar de desejar o melhor para todos, mas sem dúvida que se a pandemia durar muito, não deixará de desestruturar a nossa economia, provocando a destruição de muitas empresas e fazendo crescer, de uma forma bem acentuada, o desemprego com consequências nefastas para muitos.
Numa situação destas, parece-me que todos deveríamos compreender que uma das medidas com a qual podemos vir a ser confrontados será a da redução de salários, de reformas e mesmo de certas rendas, com o objectivo de nos tornarmos mais competitivos, o que não me parece ilógico, na medida em que o novo modo de vida até pode vir a exigir menos necessidades a satisfazer. De facto, numa situação destas, como nós, muitos outros povos também acabarão por ter que recuperar, em termos económicos, a partir de um nível muito baixo e a conquista de mercados externos, vai exigir que se tenha um bom grau de competitividade no âmbito dos rankings da competitividade.
Neste âmbito e a prolongar-se muito no tempo esta pandemia haverá hábitos e valores de vida do passado que terão de regressar, embora tal tenha de ser ponderado pelo facto da humanidade dispor hoje de um desenvolvimento científico e técnico cuja utilização estará sempre disponível, pelo que não deixará de minimizar o esforço a desenvolver para recuperarmos.

29/04/2020
 

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