Equipa do Campo Arqueológico inicia trabalhos no terreno
O Campo Arqueológico Internacional de Proença-a-Nova 2020, devido às circunstâncias da pandemia de COVID-19, realiza-se pela primeira vez sem alunos e apenas com a equipa de arqueólogos responsável pelas escavações que continuarão a decifrar e a explicar alguns pormenores encontrados nas campanhas anteriores.
Assim, desde a passada segunda-feira, 22 de junho, até dia 5 de julho, continua a ser escavada a anta do Cabeço da Anta, uma das maiores antas de xisto da região. Em 2019 apareceram “as primeiras peças completas, em cerâmica e pedra”. A escavação de uma sanja radial, em profundidade e desde o centro até à periferia do montículo artificial que motivou o topónimo Cabeço da Anta, com o objetivo de conhecer a estrutura vertical da mamoa ou moita, também teve bom desenvolvimento embora ainda não esteja concluída. Este trabalho revelou até ao momento que a mamoa, ou moita, é constituída quase integralmente por argila”, divulgou João Caninas, arqueólogo responsável pela investigação.
Está a ser preparada uma estrutura que permita visitar este monumento de modo qualificado e seguro, sem prejuízo da continuidade das escavações, com João Caninas a acrescentar que “esse objetivo também foi estabelecido para a anta do Cimo do Vale de Alvito cuja câmara funerária também se encontra escavada e recuperada com próteses de granito nas posições de onde, ao longo dos séculos, foram retiradas as pedras originais, das quais sobram apenas duas”.
Recorde-se que em Proença-a-Nova, desde 2007, foram intervencionados oito sítios arqueológicos, situados em várias partes do Concelho e de diferentes épocas e funções. Alguns desses sítios já se encontram investigados, qualificados e integrados em percursos de visita, como é o caso da anta do Cão do Ribeiro, no Vale das Balsas, e o forte das Batarias, na Catraia.