Edição nº 1680 - 3 de março de 2021

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

FAZ AGORA UM ANO que tivemos em Portugal o primeiro doente com COVID. Um ano muito difícil, com alguns picos entremeados de períodos de alguma esperança e descompressão. Já em 2021, em menos de um mês passámos de pior país da Europa a enfrentar a pandemia de COVID, com perto de dezassete infetados diários, e um assustador número de trezentos mortos diários, para uma situação de podermos ser considerados como o país europeu que está na melhor posição no controle da epidemia, com trezentos e noventa casos confirmados e trinta e quatro óbitos diários. Um feito tremendo, para mais sabendo como os principais países comunitários enfrentam novos picos de infetados. Quando estávamos no lugar que ninguém gostaria de ocupar, de piores, houve parangonas, sugerindo que seríamos uma espécie de pária da Europa, que estávamos a perder num ápice todo o prestígio de um país que foi considerado em anos consecutivos como o melhor destino turístico. Lembro-me de uma conhecida jornalista e integrante de um programa semanal de debate, ter quase classificado de criminoso António Costa, os governantes, em particular a ministra da Saúde, pouco faltando para os condenar à ignomínia. O demérito de ontem não se tornou em mérito de hoje. E não quero dizer com isto que todo o mérito deverá ir para o governo. Temos de o dividir com os portugueses que, na generalidade e apesar do cansaço, souberam enfrentar os sacrifícios do confinamento rigoroso, numa manifestação de cidadania responsável. E isso fez toda a diferença. Não tardará muito, seremos recompensados com um desconfinamento gradual, acompanhado de uma percentagem cada vez maior de população vacinada. Num plano de desconfinamento que o governo irá apresentar e que terá de ter em conta o equilibro entre a saúde e a economia.

O GOVERNO RESOLVEU, em parceria com a Santa Casa de Misericórdia, lançar uma raspadinha. A raspadinha do Património Cultural custará um euro e até já tem inscrito no orçamento deste ano a verba de cinco milhões que o estado espera arrecadar. E que será todo direcionado para despesas de salvaguarda e valorização patrimonial. As intenções parecem boas mas o resultado não se afasta muito da cobrança de um novo imposto, com a agravante que será pago pelos grupos sociais mais desfavorecidos que são de longe os principais consumidores de raspadinhas, já com casos alarmantes de dependência. E não são necessários grandes estudos sociológicos para tirar esta conclusão. Basta falar com qualquer trabalhador de balcão de um posto de venda de jogo, ou observar com alguma atenção a clientela destes espaços para identificar os grupos sociais que mais compra as raspadinhas. É por isso que há quem considere imoral que o próprio Estado fomente um jogo que já justificou alertas dos especialistas para os problemas causados pelos comportamentos aditivos associados.

NOS APONTAMENTOS DA SEMANA PASSADA referi António Guterres como presidente quando, como é bem sabido, o cargo que ele exerce é o de Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. Pelo lapso peço desculpa aos leitores.

03/03/2021
 

Outros Artigos

Em Agenda

 
07/03 a 31/05
Memórias e Vivências do SentirMuseu Municipal de Penamacor
12/04 a 24/05
Florestas entre TraçosGaleria Castra Leuca Arte Contemporânea, Castelo Branco
14/04 a 31/05
Profissões de todos os temposJunta de Freguesia de Oleiros Amieira
tituloNoticia
03/05
Canta LiberdadeCasa da Cultura da Sertã

Gala Troféu Gazeta Atletismo 2023

Castelo Branco nos Açores

Video