SÉRGIO BENTO APONTA FALHA EM RELAÇÃO ÀS ASSOCIAÇÕES
“Dos governantes há falta de reconhecimento das valências”
A ACICB – Associação Comercial e Empresarial da Beira Baixa comemorou, na passada quarta-feira, 12 de maio, o 110.º aniversário, com a data a ficar também marcada pela inauguração das novas instalações, na Avenida Nuno Álvares, em Castelo Branco.
Em dia de festa, o presidente da direção, Sérgio Bento, recordou as origens da ACICB e alguns marcos importantes ao longo de mais de 100 anos, referindo, mais recentemente, que em janeiro de 2017, a ACICB assinou com a Câmara de Castelo Branco “um contrato de comodato para a cedência do imóvel onde nos encontramos hoje”. Sérgio Bento realça que “confesso que foi um projeto que, inicialmente, a mim, pessoalmente, me causou muitas reservas. Não pela celebração do protocolo, mas porque sabia que um restauro de um edifício destes, no estado em que se encontrava, seria uma obra de um valor muito elevado”, para mais à frente adiantar que “despender uma quantia tão avultada num edifício que não é nosso causou-me um pouco de desconforto. Contudo, com o realizar das obras, com a possibilidade de prorrogação do protocolo que assinamos com a Câmara e com o trabalho espetacular realizado pelo gabinete de arquitetura do arquiteto Adelino Minhós, estou plenamente convencido que foi a escolha acertada”.
Sérgio Bento recorda também que “este é um projeto que foi idealizado pela direção presidida pelo arquiteto Adelino Minhós, apresentado à Câmara e que o então presidente, Luís Correia, abraçou deste o primeiro momento. À minha direção e aos meus órgãos sociais coube-nos executar este projeto”.
Ainda sobre este projeto, Sérgio Bento destaca que além dos 20 anos iniciais, o protocolo foi prorrogado por mais 20, sendo que na obra foram gastos mais de 200 mil euros.
Já com o foco no futuro, Sérgio Bento alerta que “os tempos que se avizinham não são nada promissores, se atentarmos aos resultados do inquérito realizado recentemente pela ACICB. Mais de 20 por cento dos empresários locais não vão conseguir resistir à presente situação em que se encontram. Isso preocupa muito a nossa associação, mas também nos preocupam aqueles que vão conseguir resistir, mesmo passando por grandes dificuldades, a esses a nossa mensagem é: Podem contar connosco, vamos estar cá sempre para vos apoiar”.
Pelo meio Sérgio Bento não perdeu a oportunidade de denunciar “que as associações têm atravessado um grande deserto, sem qualquer apoio dos sucessivos governos”, sublinhando que “somos nós que estamos no terreno, que conhecemos melhor as necessidades dos nossos empresários e que temos meios para os poder ajudar no desenvolvimento das suas atividades. É pena que não nos sejam reconhecidas essas valências pelos nossos governantes e não nos considerem parceiros para ajudar no desenvolvimento da Região onde nos inserimos” e reitera que “não temos quaisquer apoios. As nossas receitas são pouco mais do que resulta do pagamento das quotas dos nossos associados”.
Ainda com a atenção centrada no Governo, Sérgio Bento adianta que “esperamos que haja coragem política para tomar decisões, como acabar com as portagens da A23, seja pensado e executado o Regadio a Sul da Gardunha, a Barragem do Alvito possa ser uma realidade e que a construção do IC31 possa ter início nos próximos dois a três anos”.
O presidente da assembleia geral da ACICB, Adelino Minhós, também se centrou nas novas instalações da Associação, para adiantar que o edifício é da autoria de Raul Lino e na sua requalificação “o principal desafio foi respeitar o projeto inicial”.
Adelino Minhós relembra também que quando assumiu a presidência da ACICB, em 2010, “encontrei uma instituição sólida” e acrescenta que “Luís Correia, enquanto presidente da Câmara, acreditou neste projeto”, para concluir que com a requalificação do edifício “ficou a ganhar a Associação, a Avenida, a Câmara, os funcionários e os associados da ACICB, Castelo Branco e a Região”.
Com este pano de fundo, Luís Correia começa por agradecer “toda a colaboração da Associação”, enquanto foi presidente da Câmara, para afirmar que “recordo-me da evolução de instalações da ACICB, de junto do Banco de Portugal, para a Avenida 1.º de Maio, passando pela Rua da Senhora da Piedade e, agora, estas magníficas instalações”.
Por seu lado, o presidente da Câmara de Castelo Branco, José Augusto Alves, destaca que a ACICB “está há 110 anos a apoiar os empresários da nossa região”, para de seguida avançar que para a Câmara o objetivo “é ter uma cidade melhor”, sendo que, para isso, “é necessário desenvolver a nossa economia”, área na qual é da opinião que a ACICB tem um papel importante.
José Augusto Alves, no que se refere às novas instalações da ACICB, refere que o “contrato de comodato vai até 2057” e acrescenta que “há também o contrato de comodato da Escola da Horta D’Alva, onde está a Escola Tecnológica e Profissional Albicastrense (ETEPA), que é parte integrante da ACICB”.
António Tavares