Edição nº 1703 - 18 de agosto de 2021

João Carlos Antunes
Apontamentos da Semana...

E QUANDO O PIOR PODE ACONTECER e ele acontece mesmo? Aquilo que se temia e para o qual meio mundo alertou há um ano e meio, quando Trump negociou diretamente com os talibãs a saída das tropas americanas do Afeganistão, passando por cima do governo estabelecido e por cima dos países aliados que também contribuíram durante estes vinte anos para a manutenção de uma paz possível e de um governo que, para além da sua inconsistência e fraqueza, como agora ficou bem evidente, pelo menos garantiu uma vida em segurança e acesso à educação e ao trabalho às mulheres afegãs. Foram vinte anos que se perderam em meia dúzia de dias. E o que se vê e já se adivinha, é um retrocesso civilizacional de décadas e o regresso do obscurantismo que vai afetar especialmente, e de que maneira, a vida de todas as mulheres afegãs. Emocionante foi ver uma mulher de cara destapada garantir que mesmo sabendo que vai morrer, não se vai esconder nem vai fugir porque aquela é a sua terra, a sua pátria. Alguns ingénuos afirmavam por estes dias que passados vinte anos, os talibãs, os estudantes da religião, já não seriam tão radicais. Mas a realidade é cruel e o que já se sabe é que no avanço para Cabul, na conquista das grandes cidades, os guerrilheiros foram ganhando também escravas sexuais, casamentos forçados com adolescentes de 15 anos. Tudo em nome da Sharia, que os militantes declararam à BBC pretenderem reimpor. Uma versão da S, a lei islâmica, que implica a completa subalternização da mulher na sociedade afegã. Uma humilhação para a América, até agora a mais estrondosa derrota da administração Biden, acusada por republicanos e também por figuras democratas de não ter previsto este desfecho tão rápido e não ter garantido uma saída ordenada dos americanos e dos afegãos que durante 20 anos colaboraram com as forças ocidentais e agora se vêm abandonados à sua sorte. Uma completa derrota e uma revelação de impotência que vai marcar por muito tempo a imagem da NATO. Agora serão as imagens de terror que os media nos fazem chegar, que marcarão os próximos tempos.

NO PROCESSO DE VACINAÇÃO chegou a hora dos adolescentes, primeiro a partir dos 16 anos, e logo de seguida, dos 12. Acima de tudo para que o próximo ano letivo possa decorrer com normalidade, já que o objetivo da criação de imunidade de grupo parece ser, segundo muitos especialistas, já um mito. Foi bonito ver os jovens demonstrarem de forma tão clara sentido de responsabilidade cívica, a acreditarem na Ciência, mesmo enfrentando e contestando uma dezena de idiotas negacionistas e antivacinas que se manifestaram junto do centro de vacinação à espera da chegada do vice-almirante Gouveia e Melo para o acusarem de assassino. Claro que estes idiotas quiseram, e conseguiram, o seu minuto de fama na televisão.

18/08/2021
 

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