Edição nº 1765 - 2 de novembro de 2022

António Tavares
Editorial

Quase metade da população portuguesa é pobre, de acordo com dados da Pordata relativos a 2020. O valor é avassalador e, mais que isso, não reste a mínima dúvida, é gravíssimo.
Portugal, tendo em atenção os dados revelados pela Pordata, apresenta um lugar na União Europeia que não é nada prestigioso, uma vez que é o décimo terceiro país mais pobre.
Como avançou a diretora do centro de estatística da Pordata, Luísa Loura, à Rádio Renascença, “Portugal tem 4,5 milhões de pessoas em situação de pobreza, tendo em conta apenas os rendimentos, um número que se reduz para 1,9 milhões de pessoas quando são considerados os apoios sociais”.
Os problemas, no entanto, não ficam por aqui, pois Portugal é, por outro lado, o segundo país com mais pessoas a viver em habitações com más condições.
E estes são os dados relativos a 2020. Ou seja, tudo indica que depois da pandemia de COVID-19 e da crise que se vive a nível mundial devido à guerra na Ucrânia, a situação só pode ter piorado.
E, tudo o indica, não deverá ficar por aqui. Os juros e a inflação continuam a subir e as dificuldades serão cada vez maiores. Por exemplo, no que se refere à inflação, a estimativa rápida avançada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que em outubro ultrapassou a barreira dos dois dígitos, estando em 10,2 por cento.
Perante tudo isto resta esperar que a situação se inverta o mais rápido possível, caso contrário o drama social pode assumir uma dimensão inconcebível e desastrosa. Pelo menos para a maioria dos Portugueses, porque também há quem lucre, como as petrolíferas e os grandes grupos de distribuição, entre outros, sem esquecer o Estado, que registou um excedente de 5.223 milhões de euros até ao passado mês de setembro. Palavras para quê!

02/11/2022
 

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