António Tavares
Editorial
As demências são um problema atual que tudo indica se agravará, pelo que há quem o classifique como o mal do Século XXI. Cada vez mais a doença de Alzheimer, a depressão e ansiedade, entre outros, fazem parte do rol de doenças que afeta cada vez mais pessoas, na maior parte dos casos, sem distinção de fatores como a idade e o género, por exemplo.
A saúde mental merece, por isso, uma atenção cada vez mais reforçada, tanto mais que esta tem sido uma área descurada ao longo de décadas e, inclusive, envolta em mitos e preconceitos que não fazem o menor sentido.
Num país como Portugal, que está no topo em termos de consumo de ansiolíticos e antidepressivos, é necessário e imprescindível que, de uma vez por todas, este problema seja encarado como uma dura realidade. Isto logo a começar pela eliminação dos malfadados preconceitos, pois, afinal, ir a uma consulta de psiquiatria ou de psicologia, não é estar maluquinho. Muito pelo contrário, revela a perfeita noção da necessidade de recorrera a ajuda médica qualificada, para enfrentar questões que são redutoras da qualidade de vida e podem mesmo levar ao extremo do suicídio. O problema, bem real, é que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não responde as estas solicitações, pelo que algo terá que ser feito urgentemente.
Mas há também o lado positivo, representado por quem quer dar passos importantes para enfrentar estes problemas. É o caso da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, que tem um projeto na vertente da demência aprovado, mas tem falta de apoio financeiro para o implantar. Um facto lamentável e que vem demonstrar que em Portugal algo não funciona bem, pois mesmo quem quer ser proactivo se vê privado de apoios para fazer algo que até é uma obrigação do Estado.