Festival A Língua Toda tem programa completo
A Alma Azul deu a conhecer o programa do Festival A Língua Toda 2023, que como é avançado “se realiza graças ao mecenato dos leitores Alma Azul e de instituições que, através da aquisição de livros, permitiram angariar o fundo necessário à realização do Festival”, sendo acrescentado que “podemos garantir que o Festival é integralmente suportado pela edição e aquisição de livros não só da editora que criou o festival, a Alma Azul, mas também de outras editoras como a Guerra e Paz ou a Teodolito”.
Nesta perspetiva é destacado que é “um modelo que continuaremos na edição de 2024, pois é importante garantir uma total independência para que a diversidade e a multiculturalidade não sejam viciadas por apoios institucionais que procuram um padrão oficioso à hora da divulgação da Língua Portuguesa”.
Recorde-se que o Festival, criado em 2009, em Castelo Branco, para assinalar os 10 anos de trabalho da Alma Azul, procura há 14 anos oferecer aos participantes um espaço comum de liberdade e partilha comunitária.
Este ano a programação será minimalista, assente na literatura e na participação comunitária dos locais onde se realiza, mas também na fruição dos espaços públicos comuns.
Leituras comunitárias de 23 Poemas de Eugénio de Andrade terão uma itinerância que levará o Festival a Castelo Branco, Mealhada, Guarda e Sertã.
Por outro lado é realçado que “a leitura partilhada é desde o primeiro ano uma aposta forte na criação de comunidades de leitores, mas também uma promoção e divulgação da obra de grandes autores de Língua Portuguesa. Conseguir juntar leitores para leituras comunitárias é uma tarefa árdua de criação de laços afetivos e literários que perduram por muitos anos. Envolver a Mata Nacional do Buçaco com o seu imaginário verde e místico no Festival foi um desafio de grande importância para o trabalho futuro da Alma Azul que prepara a edição de um livro sobre os dias da Batalha do Buçaco, e que através de outras obras e narrativas, acompanhará, já em 2023, os leitores por um mundo literário da sua floresta pontuada por construções simbólicas ao longo dos séculos”.
O Festival escolheu o Dia Mundial do Livro, 23 de abril, para iniciar uma homenagem literária a Maria Manuel Viana, que se prolonga por três dias, um em Coimbra, cidade onde estudou; outro na Figueira da Foz, cidade onde a autora de A Paixão de ana B. nasceu a 24 de abril; e Alcains, no dia 25 de Abril, com a leitura de poemas de liberdade e distribuição de cravos, no Jardim da Sede de Freguesia de Alcains, junto à obra Grifo, de Bordalo II.
Três dias que marcam o Festival que encerrará a 5 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda, com uma sessão dedicada a textos de Clarice Lispector, Eduardo Lourenço e Fernando Pessoa.
A abertura do Festival realiza-se no Mercado de Alcains, dia 25 de março, com a distribuição pelos vendedores locais e visitante de poemas do livro As Mãos e os Frutos, num tributo à poesia de José Fontinhas, nascido em Póvoa de Atalaia, Fundão, em 1923, e que o Mundo conhece como Eugénio de Andrade.