Edição nº 1785 - 22 de março de 2023

Patrícia Bernardo
O PAPEL DO PAI NO DESENVOLVIMENTO DOS FILHOS/AS - “SER PAI… É SER COLO, SER EXEMPLO E SER PRESENTE”

O mês de Março é pródigo em dias especiais, sendo o Dia do Pai o mais, recentemente, celebrado. Porém, e apesar de um dia a ele dedicado, a figura do pai assumiu durante várias décadas um papel secundário e menos relevante no que respeita ao desenvolvimento das crianças, sendo que, atualmente, essa perspetiva está completamente ultrapassada, sendo reconhecida de forma cabal a importância da relação entre pai e filho para o desenvolvimento infantil. No século passado o pai desempenhava essencialmente a função de educador e disciplinador, seguindo critérios rígidos e repressivos. Felizmente, essa imagem alterou-se com o passar do tempo e apesar de ser considerado uma figura de autoridade, o pai é agora responsável por funções que asseguram o desenvolvimento dos filhos, sendo participativo e afectuoso.
Quando um bebé nasce a função materna é a mais importante: a contenção e protecção dum bebé absolutamente dependente, que necessita de acolhimento e cuidados. Mas, desde o momento inicial da vida, a função paterna e a função materna estão interligadas e tornam-se complementares.
A relevância da figura paterna vai além do que costumamos imaginar, como por exemplo o próprio pai ter benefícios com a paternidade. Segundo uma pesquisa feita pela National Academy of Sciences, os homens que se tornam pais tendem a ficar menos agressivos e mais sensíveis. Já para a criança, a participação ativa do pai (ou o substituto dele) é essencial para seu desenvolvimento cognitivo e socioemocional, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na sociedade.
Para uma criança, a presença de um pai comprometido, que aconselha, cuida e brinca contribui para uma geração de adultos mais segura e confiante, com melhores habilidades interpessoais e um melhor desenvolvimento cognitivo.
E como se tornar presente na vida dos filhos???
Não é necessário uma grande mudança na nossa rotina para ser ainda mais presente na vida de uma criança. É questão de adaptar um pouco o dia-a-dia e tentar trazer os pequenos para perto, sempre que possível: fazer ao menos uma refeição diária com os filhos, auxiliar e participar nas actividades escolares, ir à escola se necessário, assistir ao jogo de futebol do filho ou à aula de dança da filha, trabalhar num projeto comum com as crianças/adolescentes, brincar com eles e ensinar os seus jogos preferidos (de preferência sem telemóveis, tablets e outros gadgets), dar o exemplo, mostrar o que está certo e errado, transmitir segurança, estar lá na hora do choro, e também na alegria e no sucesso, ser duro sem ser rígido para ensinar que limites existem e que são necessários e estruturantes.
E para concluir cito o filósofo e escritor Bertrand Russel:
“Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um facto inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar.”
(Psicóloga Clínica e da Saúde)

22/03/2023
 

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