António Tavares
Editorial
Já não há paciência para o nível baixíssimo que as redes sociais atingiram. A sua utilidade até podia ser importante, mas, para isso, era necessário que elas fossem utilizadas com um mínimo de bom senso e respeito. Infelizmente, o que acontece é precisamente o contrário.
Senão vejamos.
Na esmagadora maioria das situações as pessoas não têm qualquer pejo em escrever aquilo que lhes apetece, sem o mínimo de conhecimento, sem a preocupação de confirmarem a veracidade do que escrevem, só para referir dois pontos. É verdade que a maioria das pessoas não é jornalista, o qual tem um código deontológico a cumprir, mas, então, não se façam passar por tal. Exerçam, pois é justo e é bom que o façam, o seu direito de expressão, a sua liberdade, mas sempre tendo em atenção que um boato, uma meia verdade, uma mentira não raras vezes tem consequências graves.
Lamentavelmente, quase sempre aquilo a que assiste nas redes sociais é à falsa informação, muitas vezes logo denunciada por textos redigidos em mau Português e com erros ortográficos, que revelam as capacidades do seu autor. E, depois, vem toda uma legião de especialistas, em tudo e em nada, que escudados na distância proporcionada por um ecrã, escrevem aquilo que nem lhes passa pela cabeça dizer presencialmente. São os heróis corajosos que pululam no mundo cibernético.
Só surge uma questão: Quando será que percebem que estão a prejudicar pessoas reais, do mundo real? Se querem ser úteis, que façam algo de útil, pois há muito que pode ser feito.