O projeto Experimenta Paisagem Landscape Together foi inaugurado em Cunqueiros, no Concelho de Proença-a-Nova, dia 26 de maio, numa cerimónia que contou com a presença da ministra da Coesão Territorial, do representante da Comissão de Coordenação Regional do Centro, da diretora da Direção Regional de Cultura do Centro, do presidente do Turismo Centro de Portugal, dos presidentes de Câmara de Proença-a-Nova e da Sertã, do vice-presidente da Câmara de Oleiros, e de habitantes da aldeia que acolhe uma das obras de arte na paisagem já existentes no Concelho e na região. O projeto é apoiado pelo programa Europa Criativa 2022, com um financiamento de 999.960 euros e a cooperação de 17 parceiros internacionais, provenientes de Espanha, França, Alemanha, Itália e Bélgica, no território piloto, o Centro Interior de Portugal. Facto que foi destacado pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que traduziu livremente Landscape Together, ao afirmar que “de uma forma muito simplista é o território unido e faz muito sentido estarem aqui estas entidades”.
Se no primeiro projeto realizado no território, o Cortiçada Art Fest que envolveu a MAG – Marques de Aguiar, a Direção Regional de Cultura do Centro e os municípios de Proença-a-Nova, Sertã e Oleiros, neste Experimenta Paisagem Landscape Together participam ainda os municípios de Pedrógão Grande e Idanha-a-Nova, havendo a perspetiva de ampliar a intervenção para todo o Pinhal Interior.
Ana Abrunhosa realçou que “não há desenvolvimento sem cultura” e defendeu a valorização do território a partir de uma necessária reinvenção face à realidade, em que é possível ter menos habitantes, mas “não é possível abandonar os territórios”.
Jorge Brandão, da Comissão de Coordenação Regional do Centro, destacou a capacidade de diferenciação que o projeto potencia, sempre acompanhada com as características inerentes do território,que são a floresta e as suas principais atividades económicas, por forma a que estes recursos “tragam valor para o território”.
Susana Menezes, diretora da Direção Regional de Cultura do Centro, falou da cicatriz criada com os incêndios de 2017 e que potenciou o Cortiçada Art Fest, para adiantar que “se tínhamos cicatrizes objetivas no nosso território para resolver e elas estavam à vista no território geográfico, havia um conjunto de outras cicatrizes do ponto de vista humano que também importava cuidar e a cultura podia ser a resposta para cuidar das nossas comunidades”. Na sua perspetiva, são fundamentais os diálogos “relativamente inesperados” que se criam quando se potenciar a diversidade cultural, além de que esta pode ser uma forma de ativar “um verdadeiro sentido de pertença, autoestima e autodeterminação e estimular a coesão territorial e social”.
Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, considera que este projeto é importante do ponto de vista turístico, para superar os mais de sete milhões de turistas que visitaram a região centro em 2022, até porque está inserido no “novo luxo do século XXI”, procurado por quem paga “para ter silêncio, espaço, tempo, segurança. Hoje o novo turismo do novo luxo que se procura globalmente é o que vocês aqui têm”. Adicionalmente, Portugal tem um ativo que não existe em mais lado nenhum, que são “os portugueses. Porque nós somos conhecidos por sermos muito hospitaleiros”.
João Lobo, presidente da Câmara de Proença-a-Nova, falou igualmente do fator de atratividade da arte e também a transmissão de conhecimento que a esta permite, envolvendo sempre as pessoas locais e entidades diferentes, para concluir que “a arte tem essa condição de unir e de gerar riqueza”.
Marta Aguiar, do gabinete de arquitetura MAG – Marques de Aguiar, revelou o “enorme orgulho” pelo lançamento de “uma nova fase do Experimenta Paisagem que é um museu aberto, sem paredes, de acesso livre e de usufruição não só de obras de arte, mas das obras de arte que foram feitas com as pessoas que habitam nos lugares e que comunicam esse património”.

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