A Zona Histórica de Castelo Branco, mais concretamente a zona envolvente do Castelo, vai recuar no tempo, entre a próxima sexta-feira e domingo, 15 a 17 de setembro, com a realização das Terras Templárias, organizadas pela Câmara de Castelo Branco em parceria com a Junta de Freguesia de Castelo Branco, a Outrem – Associação de Defesa do Ambiente e do Património e a ACICB – Associação Comercial e Empresarial da Beira Baixa.
Na apresentação do evento, o presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, realçou que se trata do “retomar de uma atividade que já tem algum reconhecimento”, para recordar que “antes tínhamos os Dias Templários, mas como não podíamos continuar com essa marca, temos esta, Terras Templárias, que até é mais abrangente”.
Leopoldo Rodrigues destacou, por outro lado, que o evento compreende “um conjunto muito diversificado de atividades, da vertente histórica, à económica”, chamando a atenção para “o número consideração de espaços de restauração”.
O autarca apontou também para o facto das Terras Templárias “originarem a adesão das pessoas, pelo próprio evento, pela memória do passado trazida para o presente, mas também porque a população se identifica com o Castelo”.
Leopoldo Rodrigues adiantou que nos três dias haverá transporte gratuito do centro da cidade para a zona do Castelo e no sentido inverso e o parque de estacionamento das antigas piscinas estará aberto.
Já noutra perspetiva, assegurou que nas Terras Templárias “queremos ter o maior rigor histórico possível” e, daí, “trazer grupos que fazem investigação, que têm trabalho desenvolvido nessa área da recriação histórica”, para concluir que “não temos a presunção que tudo é perfeito”. De caminho, nesta matéria aproveitou para chamar a atenção dos comerciantes, apontando, por exemplo, para “as regras da utilização de canecas de barro, evitando o uso de material de plástico, como se viu no ano passado”. Uma tarefa que até é facilitada, porque as canecas podem ser compradas por 1,5 euros e podem ser devolvidas no final.
O presidente da ACICB, Sérgio Bento, a exemplo de Leopoldo Rodrigues, considerou que Terras Templárias “começa a ser uma marca de Castelo Branco”.
Sérgio Bento referiu também que o evento, “este ano, decorre numa época diferente, numa data diferente”, uma vez que, recorde-se, era para se ter realizado de 30 de junho a 2 de julho, e não perde a oportunidade de destacar que “é relevante” ter 60 inscritos em termos de stands.
O presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, José Dias Pires, afirmou que Terras Templárias “tem uma importância muito grande para promoção da memória. Permite recuperar, preservar e mostrar as nossas vivências históricas” Acrescentou ainda que “era para ser em junho, mas agora em setembro, com a reentrada, é um belíssimo momento, até porque também temos o regresso às aulas, que traz muitos jovens”.
É também numa perspetiva histórica, que José Carlos Moura, da Outrem, fala nas Terras Templárias, como um modo de “olhar um pouco para a nossa história. A nossa cidade foi fundada pelos Templários. No nosso Concelho, além do Castelo de Castelo Branco, temos várias comendas e locais de proteção templária, Foi daqui que partiu o exército dos três reinos, Portugal, Castela e Leão, para a Batalha de Alcácer do Sal”. Daí, “desde 2009 fazermos recriação histórica e continuar a batermo-nos por fazer alguma coisa com rigor”.

O programa
dos três dias
O programa das Terras Templárias começa na próxima sexta-feira, 15 de setembro, às 19 horas, com uma arruada, sendo que à mesma hora há comeres e beberes nas tavernas do Burgo e animação itinerante com os Trotto Saltarello.
A partir das 19h15, no Miradouro, há dança do ventre, com Cornalusa. Também às 19h15, mas no Castelo realiza-se um espetáculo de falcoaria. A partir das 20 horas realiza-se uma arruada e às 20h30 os Trotto Saltarello regressam com animação itinerante, com a dança de volta às 21 horas, com Cornalusa. A partir das 22 horas tem lugar o cortejo Os Homens que partem para a Guerra, no palco junto à Muralha. A animação itinerante continua às 22h30, com os Trotto Saltarello, na Muralha. No adro da Igreja de Santa Maria do Castelo, a partir das 23 horas, realiza-se o espetáculo A Moura e o Cristão. Às 23h30 realiza-se mais uma arruada e à meia-noite os Cornalusa apresentam um espetáculo de dança e fogo.
Sábado e domingo, 16 e 17 de setembro, o programa será idêntico, até ao início da noite. Assim, às 15 horas atuam os Cornalusa, às 15h30 realiza-se um cortejo medieval, a partir das 15h45 há animação itinerante com os Alanos, seguindo-se-lhe os Trotto Saltarello, às 16 horas. Às 16h30 chega a falcoaria e às 17h30 atuam os Cornalusa. Às 18 horas, no palco junto à Muralha realiza-se o cortejo Os Homens que partem para a Guerra. A animação itinerante regressa às 18h30, com os Alanos, e com os Trotto Saltarello, às 19h30. A falcoaria regressa às 20h30, com a animação itinerante a marcar presença de novo às 21 horas, com os Alanos, e às 21h15, com os Trotto Saltarello. Os Cornalusa atuam às 21h30 e a partir das 22 horas realiza-se o cortejo militar, com a encenação da partida para a Batalha de Alcácer do Sal, após o que haverá de novo animação itinerante, com os Alanos, às 22h15, e com os Trotto Saltarello, às 22h45.
No que respeita ao programa específico da noite de sábado, 16 de setembro, às 23 horas realiza-se o Assalto ao Castelo, seguindo-se o espetáculo A Moura e o Cristão, no adro da Igreja de Santa Maria do Castelo, às 23h30, enquanto à meia-noite, no palco junto à Muralha atuam os Cornalusa.
Quanto ao programa específico da noite de domingo, 17 de setembro, às 21h45, no adro da Igreja de Santa Maria do Castelo, é apresentado o espetáculo A Moura e o Cristão, e às 22 horas realiza-se o Assalto ao Castelo.
Ao longo dos três dias a animação será assegurada pelos grupos Burreiros, Espadas Templárias de Santa Maria do Castelo, Váatão, Flamma Luna – Sons do Castelo, Tramédia, Trotto Saltarello, Cornalusa, Creative Circus, Episódio Medieval, Hoste do Balio, Alanos – Bombarda, Espadas de Santa Maria da Feira, Fazenda dos Animais e a bailaria Yolanda Rebelo.
António Tavares

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