Edição nº 1822 - 13 de dezembro de 2023

Antonieta Garcia
NOVOS... ASSIM, ASSIM, VELHOS...

O Natal pede família, amigos, prendinhas... As modas vão mudando, claro. E hoje é vulgar ouvir afirmar-se que a Idade é só um número! É possível! Faz algum sentido este critério de identidade. Afinal, todos conhecemos pessoas que já nascem velhas; outras aos 70 ou 80 anos ainda se agarram à vida e intervêm no quotidiano com arte e ciência. Acresce que umas rugas mais visíveis, andar mais pausadamente, gostar de falar, de sorrir e vestir, contestar os ditadores da moda... anunciam deleites com marca cronológica. Se os anos impedem o salto e a corrida, permitem que os amigos e companheiros pacificamente rumem sem atropelos e com toda a fantasia aprendida em muitos anos. São velhos? A Idade é só um número? Também é, mesmo se remexido para abraçar quem apetece! Por exemplo, a Organização Mundial de Saúde (OMS), simpática, defende que uma pessoa é considerada idosa aos 60 anos, ou mais; já em países desenvolvidos, aceita-se que a Terceira Idade se inicia, aos 65 anos. A Quarta Idade situar-se-ia entre os 78 e os 105 anos. Deliciosa e desejável esta aceção é sem pecado!
Meta-se, pois, na gaveta fechada a sete chaves, o palavreado que agonia os mais determinados e corajosos e delibere-se, a bem da comunidade, que velhos só são os trapos e nem sempre...
Na verdade, o aumento do tempo de vida com o acréscimo da prestação de serviços de saúde, convida, permite participar e partilhar, no quotidiano, tarefas que, até há pouco tempo, estavam vedadas. Hoje, é usual vermos pessoas com alguma idade (???) a colaborar em trabalhos de voluntariado, a criar e frequentar Academias de 3ª Idade, a apoiar os solitários, a tratar dos netos, da horta, dos amigos...
Afinal, os seniores viveram, aprenderam muito. Alguns deixaram livros escritos, cantaram, deram conselhos... Ofereceram o sentido da vida.
Diz-se, por essa razão, que “um velho que morre é uma biblioteca que arde, que se fecha”. Perdem-se, em muitos casos, atos de sabedoria...
“Às vezes não sei se o louco sou eu ou se são os outros,” escreveu Einstein. Quem sabe? Não basta olhar as guerras de armas em punho que matam, diariamente, a fraternidade que íamos construindo, a bem da Humanidade? Percebemos com o mesmo sábio que: “O mundo é um lugar perigoso para se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer”.
Como olhar para as crianças? Acusam-nos. Os senhores da guerra não desistem. Que mal fizeram os miúdos? Se pensarmos na destruição durante a I e II Guerras Mundiais que novos medos se elevam? Saudemos a clarividência de Einstein quando alerta: “Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus.”
Não há, não haverá planeta B. No reinado da morte, arruínam-se gentes e cidades.
Na verdade, “A paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos...”. Que é dos presépios? Onde estão os madeiros?
Fogem-nos palavras de ternura, de paz. Quem vem ensinar-nos a envolver a festa do Natal de um Menino que acalentava a esperança de mudar o mundo? Quem abre as cartas dirigidas à Inquietação?
Se soubesse, trocava os caminhos da triste tristeza dos sinos que dobram, quando a guerra, sem escolher, gela a terra em busca de calor e Luz.
A noite fica em silêncio; ouve-se, lá longe, uma canção de embalar, uma oração miúda: “Padre nosso pequenino / Quando ele era Menino, / Tinha as chaves do Paraíso / Quem lhas deu / Quem lhas daria...” No presépio, vozes moças completavam a reza, baixinho... A noite é jovem se não perde a Luz. Em Belém, sobre as pobres palhas, nasceu o Nazareno. A mãe embala-o. Ensina a crer: “Se houvesse outra Guerra, era tão bom que não fosse lá ninguém...”

13/12/2023
 

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