João Belém
TELEMÓVEL – IMPACTO SOCIAL
“A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.”
Peter Drucker
A capacidade de criar artefactos faz parte da essência do ser humano, que sempre viveu/sobreviveu apoiando-se nas tecnologias. Na sociedade contemporânea, o telemóvel destaca-se pela sua generalização, expressa por taxas de penetração de 111,5% em Portugal e de 101,9% na União Europeia (ANACOM, 2006), e também pela rapidez com que esta tecnologia foi globalmente adotada e por tender a ser utilizada com uma frequência exponencial.
Além disso, é uma tecnologia integrada no quotidiano, isto é, os seus utilizadores consideram-na natural e sempre disponível, mas com profundos impactos sociais.
A principal função do telemóvel é a comunicação; por isso, o seu impacto social reflete-se sobretudo na sua conectividade.
Qual a diferença entre smartphone e telemóvel?
A principal diferença entre telemóvel e smartphone está na funcionalidade. Enquanto os telefones convencionais funcionam de uma forma mais básica, com chamada e mensagem, os smartphones são verdadeiros canivetes suíços tecnológicos oferecendo acesso à internet, sendo possível verificar e-mails, usar redes sociais, navegar na web e muito mais.
A qualidade das câmaras nos smartphones também é notável. Elas permitem que se capture momentos especiais com detalhes impressionantes. Isso vale tanto para fotos como para vídeos.
A rápida evolução tecnológica das últimas décadas tem vindo a transformar drasticamente a dinâmica das nossas vidas, as nossas rotinas e amplamente a vida social.
Vivemos num mundo dominado pelas redes sociais. Os dispositivos móveis, mais concretamente os smartphones, estão de tal forma introduzidos no nosso dia a dia, que temos a impressão de que sempre vivemos com eles. Vão tendo cada vez mais funcionalidades, proporcionando-nos inúmeros benefícios ao tornar a comunicação mais rápida e otimizada, automatizando as tarefas da vida prática, tais como, pagar contas, fazer compras… e têm na minha opinião a grande vantagem de facilitar o acesso rápido às diferentes áreas do conhecimento.
Como consequência nefasta as nossas relações interpessoais são crescentemente mantidas a um nível digital, estando em função disso a alterar e a transformar de uma forma profunda os nossos comportamentos
Somos seres de linguagem verbal e de socialização acentuadas. Quando se comunica apenas por mensagens a palavra falada é eliminada e a inépcia social tende a aumentar tal como os quadros depressivos e isolamento agravado. O uso compulsivo do telemóvel é reconhecido como um transtorno designado por nomofobia e que significa medo de ficar sem o telemóvel. Longe do dispositivo o indivíduo fica ansioso com a sensação de estar a perder informações importantes ou apresenta sensações de excesso de tédio. Atualmente é uma preocupação de saúde pública em todo o mundo, desenvolvendo-se estudos na área biomédica e da psicologia com a finalidade de serem conhecidas as consequências para a saúde ligadas ao seu uso excessivo, tendo sido reconhecidos os problemas de ordem psíquica, emocional, social, relacional e física.