António Tavares
Editorial
Estamos em pleno verão e, por isso, as temperaturas têm sido bem elevadas, não só de dia, mas também à noite. Castelo Branco, que se caracteriza por ser uma cidade quente, pelo menos no que respeita a temperatura, não tem deixado os créditos por mãos alheias, e, pelo menos nesta matéria, está no primeiro lugar, ou quando assim não é, está no topo da classificação a nível nacional.
Afinal, este tem sido um verão a fazer lembrar outros tempos em Castelo Branco, com semanas a fio de temperaturas elevadíssimas, onde não se está bem em nenhum lugar que não seja climatizado.
Durante o dia é praticamente impossível andar na rua, mas há locais que ultrapassam todos os limites e a aventura de andar a pé mais parece uma viagem ao Inferno. Exemplo disso é o centro da cidade que, por isso, fica deserto. Mas não é para menos. É verdade que o programa Polis deu uma nova face à cidade, mas, infelizmente, não teve em consideração o clima. As grandes superfícies de pedra são boas para caminhar, mas concentram o calor abrasando os pés de quem ali ousa andar, e à noite, quando se espera mais frescura, as pedras lá vão libertando o calor absorvido, mantendo o calor. Tudo isto, com a falta de árvores que proporcionem sombra, a não ser a existentes na Devesa, que são uma honrosa exceção, pois as outras são importantes, porque são árvores, mas convém lembrar que mais que a sua beleza esbelta é mais importante a sua função, ou seja, criar sombras.
Pois é as requalificações são positivas, mas não com base em modelos de países nórdicos, que nada têm a ver com o nosso clima mediterrânico.