António Tavares
Editorial
O estudo Tendências recentes da pobreza e da privação em Portugal, realizado por Inês Tavares e Renato Miguel do Carmo, que foi recentemente divulgado, revela algo terrível para os Portugueses. De acordo com o estudo a taxa de risco de pobreza em Portugal, sem transferências sociais atingiria uns impressionantes 40,3 por cento. Ou seja, sem esses apoios quase metade dos Portugueses seria pobre.
O positivo, se assim se pode considerar, é que esses 40,3 por cento registam uma diminuição significativa para 21,4 por cento, após o apoio resultante das pensões de reforma e de sobrevivência, e descem ainda mais, para 16,6 por cento, depois das transferências de outros apoios, como os respeitantes à doença, à incapacidade, ao desemprego, à família e à inclusão social.
Outro dado que se destaca tem a ver com o facto do risco de pobreza afetar mais as mulheres que os homens.
Igualmente significativo é que o risco de pobreza é uma realidade para os mais idosos, realidade que resulta de muitos deles terem reformas muito baixas.
As pessoas não são números, mas, muitas vezes, os números revelam dados importantes, neste caso de como vivem os Portugueses e a fotografia não é nada boa para um país europeu desenvolvido.
Para quem quiser ter uma noção mais profunda do problema, o estudo está disponível no Observatório das Desigualdades, ao qual se pode aceder em https://www.observatorio-das-desigualdades.com/observatoriodasdesigualdades/wp-content/uploads/2025/01/Tendencias-recentes-da-pobreza-e-da-privacao-em-Portugal_Ines-Tavares-e-Renato-Miguel-do-Carmo.pdf.