NO PRÓXIMO SÁBADO, 19 DE ABRIL, A PARTIR DAS 15 HORAS
Ladoeiro e a Procissão dos Homens
A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia do Ladoeiro organiza, no próximo sábado, 19 de abril, a partir das 15 horas, na Capela da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia do Ladoeiro, a palestra A Procissão dos Homens no Tempo da Quaresma, proferida por António Maria Romeiro Carvalho.
O programa começa às 15 horas, com a entrega de emblemas comemorativos aos irmãos com 25 anos ou mais de ligação à Irmandade, seguindo-se a entrega de placas comemorativas aos antigos provedores da instituição, sendo que a palestra começa às 15h30.
Recorde-se que a designada por Procissão dos Homens, por nela só participarem homens, realiza-se nas primeiras cinco sextas-feiras da Quaresma, deverá remontar a 1581, ano de fundação da Misericórdia.
O antigo rito de vertente essencialmente agrário, tem por finalidade a frutificação da semente e a regeneração da aldeia.
O início das procissões dá-se na Capela da Misericórdia, às 20h30, onde a Irmandade, vestida com opas pretas e velas acesas, partem acompanhados pela Cruz de Cristo, do padre e da população masculina, dirigindo-se à Igreja Matriz. Aí espera-os a Confraria do Santíssimo Sacramento, de opas vermelhas vestidas, dispostos ao longo da coxia, em duas colunas.
Depois de rezado um mistério doloroso alusivo à crucificação do Senhor, partem de regresso à Capela, com a Confraria do Santíssimo Sacramento à frente e a Irmandade da Misericórdia atrás, cantando a Avé Maria, Santa Maria e Pai Nosso em andamento e ajoelhados, canta-se Glória.
O silêncio é a palavra-chave, apenas de ouvem os passos e as rezas. A escuridão é atenuada pelas lanternas e velas acesas.
Os adágios e os ditos populares são muitos. As especulações que envolvem este ato, meio pagão, meio religioso, não escasseiam.
Há quem diga e defenda, que o motivo principal desta realização, iniciado por culturas diferentes das atuais, com outros problemas e outras ansiedades, que o “principal motivo desta realização tem a ver com a necessidade do homem em demarcar o seu espaço coletivo e dominar o território”. Por isso nada melhor do que a noite que representa a morte, o negativo. Neste contexto como a mulher era encarada como um ser fraco e medroso, era-lhe retirada a possibilidade de participar. Estas ficam em casa à espera que a Procissão passe. Nesse momento espreitam à janela de vela acesa na mão, para alumiarem o caminho. Logo que a Cruz avança recolhem-se.