Edição nº 1899 - 11 de junho de 2025

Antonieta Garcia
À MORTE NINGUÉM ESCAPA...

- Bom dia! Bendito o Sol que entra em casa e convida a acarinhá-lo neste cantinho dos dias de Paz.
As tílias grandes da Avenida oferecem a música de melros, e de muitos outros pardais; ainda é cedo. Mais à tardinha, a hora é de encontro com felicidades musicais maiores. Do canto da minha janela vejo a vida a rodar e a bailar com o vento que mexe e remexe, baila, despenteia...
Hoje, o céu vestiu-se de azul! Que bonito! Que bom!
Na demanda de caminhos e carinhos, a solidão e a saudade sentaram-se a meu lado.
No cantinho mágico que ouviu e mudou histórias, pousavam, às vezes, sorrisos acasalados e.…éramos felizes? Éramos, mas não sabíamos.
E a vida que roda foi e vai rodando. Às vezes, a melancolia (uma palavra bonita) agarrava-nos. Trazia lágrimas de outros mundos. Havia paz, nos montes perdidos?
- Ó vida que guardas tu? Mais luz? O crepúsculo ou a lua bordam tão bem! Castelos, fortes, fontes sagradas escolhiam teares de sorrisos... Nós corríamos na relva verde, em maio e junho, cheia de papoilas vermelhas!
Ai, que saudades nascem no cantinho onde ouvíamos e criávamos histórias de encantar!
- Era uma vez...
Uma mão cheia de gente boa, vivia; ao lado, os maus esforçavam-se para formar e eleger o Mal, como o deus maior do mundo.
Como começaram os conflitos? Inicialmente, a luta foi corpo a corpo; pedras, paus, aranhiços, entraram nas histórias. Evoluíram, modificaram a forma de luta. Os que se apetrecharam melhor, venciam... Atualmente são donos de uma panóplia de materiais de guerra assustadora. Cada vez matam mais depressa, e em maior número.
O final das narrativas não tinha segredo; os maus sofriam castigos inenarráveis; os bons, durante séculos, no final dos contos, venciam os maus.
A guerra, com as fardas feias e malparecidas com personagens de pesadelos, nunca acabava mal. Aplaudiam os mais poderosos.
O que queriam?
Gente sem trambelho (ou Trump-elho, a palavra veio aos tombos imitando a identidade, na hora exata), adepta do DDT (Donos Disto Tudo), ambicionam mais terras para... TEREM mais territórios.
Interessante era o êxito do contarelo dedicado às crianças que ensinava: “À morte ninguém escapa: nem o Rei, nem o Papa. Mas hei de escapar eu. Compro uma panela de barro, meto-me dentro dela, a Morte passa e eu digo assim: Aqui não está ninguém! Aqui não está ninguém. Vá-se lá embora e passe muito bem!”
Acabava assim o demónio, mais feio do que o pintam, ao lado da Morte de preto vestida, com uma caveira e uma foice... vá lá saber-se para quê.

11/06/2025
 

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