O Distrito de Castelo Branco tem dois imóveis a concurso no Revive Natureza, que tem em vista a requalificação e valorização de imóveis públicos devolutos, com o objetivo de revitalizar património em diversas regiões do País.
Os imóveis são a Casa Xavier, na Silveira, Freguesia da Fundada, Concelho de Vila de Rei, e o antigo Posto Fiscal de Monte Fidalgo, no Concelho de Vila Velha de Ródão.
No que respeita à Casa Xavier, é realçado que “representa o primeiro no domínio de colaboração com uma autarquia, neste caso a Câmara de Vila de Rei, no âmbito da reabilitação do seu património municipal, uma área que o Revive Natureza pretende incrementar e alargar a outros municípios do País”.
Em relação ao imóvel do Concelho de Vila de Rei é adiantado que “no coração da paisagem tranquila de Vila de Rei, entre colinas suaves e memórias profundas, situa-se a Casa Xavier, um edifício carregado de história, fé e identidade. Construída em meados do século XVIII, esta casa rural pertenceu à família de D. Mateus de Oliveira Xavier, Arcebispo Primaz de Goa e Patriarca das Índias Orientais, cuja vida e legado espiritual marcaram gerações. Com traços de arquitetura erudita dos séculos XIX e XX, a Casa Xavier revela-se nos seus tetos estucados, nas bandeiras de vidro colorido, nas carpintarias que imitam madeiras nobres e nas paredes pintadas a imitar cantaria. Mais do que uma construção, a Casa Xavier foi durante décadas um espaço de acolhimento e formação espiritual, conhecido como a Casa dos Padres. Aqui, jovens rapazes encontravam abrigo e orientação para seguir vocações religiosas, num ambiente de profunda ligação à fé e à comunidade. Hoje, este imóvel está classificado como Monumento de Interesse Municipal. A envolvente natural é um convite à contemplação e à descoberta. Vila de Rei é conhecida pelas suas paisagens serenas, pelas praias fluviais como a do Penedo Furado, pelas cascatas escondidas e pelos trilhos que serpenteiam entre pinhais e miradouros. É um território onde o silêncio tem valor, onde o património se cruza com a natureza, e onde cada visita se transforma numa experiência autêntica e memorável”.
Para a Câmara de Vila de Rei, “deste modo, um edifício de grande valor histórico e cultural do Concelho pode agora transformar-se num grande ativo turístico e cultural, criando assim também uma oportunidade para os investidores desenvolverem projetos sustentáveis e inovadores, em territórios que necessitam de apoio para continuar o seu crescimento”.
Já quanto ao antigo Posto Fiscal de Monte Fidalgo é referido que “no alto de um monte com vistas para o Tejo Internacional, avista-se o antigo Posto Fiscal de Monte Fidalgo, um edifício que alojava os homens que antigamente controlavam o contrabando, uma prática muito comum na zona, numa época em que havia produtos que escasseavam em ambos os lados da fronteira. Os guardas fiscais garantiam, solitários e corajosos, que a segurança do território não ficava ameaçada. Hoje, restam as muitas memórias e o histórico edifício que continua a contemplar a paisagem bucólica que inspira sossego e tranquilidade. O monte tem um pequeno planalto, em frente aos dois edifícios, com uma vista desafogada para o rio e para o vale. São muitos os encantos deste sítio que convida a momentos de descontração, a caminhadas contemplativas até às águas tranquilas do rio, mas também a experiências de aventura para quem optar por fazer as várias trilhas de trekking envolventes. Dizem que ali o verão dura mais tempo e a pouca distância do posto é possível visitar a Portas de Ródão, um monumento natural localizado entre Vila Velha de Ródão e Nisa, onde o Rio Tejo atravessa um estreito vale formado pelas rochas da Serra das Talhadas, que se assemelham a duas portas gigantes. Aqui mora a maior colónia de grifos de Portugal, o gigante abutre-das-montanhas do Sul da Europa, e resguardam-se 116 espécies de aves, muito raras, que fazem as delícias dos birdwatchers. É ainda possível visitar o mítico Castelo do Rei Wamba e praticar atividades náuticas como canoagem, remo e fazer passeios de barco pelo Rio Tejo”.

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