Misericórdia de Castelo Branco homenageia Bartolomeu da Costa e Joaquim Morão
“Os pobres são os primeiros de todos os cidadãos”
A Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco arrancou oficialmente com as comemorações do seu V Centenário sexta-feira, ao inaugurar um monumento ao venerável Bartolomeu da Costa, que ficou instalado na rotunda junto ao Convento da Graça, atual edifício sede da instituição albicastrense.
As primeiras palavras do provedor da Misericórdia albicastrense foram para “um dos maiores benfeitores de sempre” da instituição, Bartolomeu da Costa, o responsável pela criação do hospital de convalescentes que ficou sob égide da Misericórdia de Castelo Branco.
“Começou aí um dos grandes desígnios da Santa Casa da Misericórdia, o apoio aos enfermos”, referiu Cardoso Martins, recordando ainda aos presentes que durante anos foi o hospital regional de Castelo Branco. Só com a mudança do hospital para as atuais instalações do Hospital Amato Lusitano (HAL) é que a Misericórdia de Castelo Branco se começou a dedicar às crianças e idosos sem que, no entanto, tenha descurado os cuidados de saúde. Pelo contrário. A instituição continuou a investir no setor da saúde, tendo para o efeito construído um Centro de Medicina e Reabilitação e a Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI), que uma vez mais Cardoso Martins fez questão de recordar que, apesar de concluída desde dezembro do ano passado, continua a aguardar por autorização do Governo para abrir portas à comunidade.
Mas, o dia era de homenagens. Primeiro, foi a homenagem ao venerável Bartolomeu da Costa e a todos os benfeitores da Misericórdia. Depois, seguiu-se uma homenagem ao comendador Joaquim Morão.
Joaquim Morão
homenageado
Cardoso Martins sublinhou as qualidades de Joaquim Morão, considerando-o dono de um “caráter impoluto e porte irrepreensível”, um homem que tem servido Castelo branco e a Região de uma “forma tenaz” e sempre “embalado pelo entusiasmo de bem servir”.
O provedor da Misericórdia de Castelo Branco disse mesmo que Joaquim Morão constitui “um exemplo e um estímulo para os vindouros” e no que toca à instituição, sublinhou que o autarca sempre apoiou e estimulou todos os projetos em que a Misericórdia se envolveu.
Neste âmbito, e em nome da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, Cardoso Martins transmitiu a sua gratidão e reconhecimento pelo apoio prestado.
E, em sinal de reconhecimento disse que a mesa administrativa decidiu, por unanimidade, propor o comendador Joaquim Morão para irmão benfeitor da Misericórdia de Castelo Branco.
O autarca albicastrense ficou emocionado com as palavras do provedor. Joaquim Morão disse mesmo estar sem palavras para o momento. E agradeceu à instituição, na pessoa de Cardoso Martins, a homenagem de que foi alvo.
“Tudo aquilo que fiz na vida pública foi o povo que me proporcionou. Quero dizer que também sou um dos vossos”, referiu Joaquim Morão, acrescentando ainda que atualmente as misericórdias “são um instrumento ao serviço do povo”.
O homenageado elogiou também o trabalho que a instituição albicastrense tem desenvolvido e considerou-a mesmo como “uma das melhores instituições de Castelo Branco” e com a simplicidade que lhe é peculiar, o autarca que há 37 anos serve a causa pública, deixou um “bem haja” a todos, terminando a sua intervenção, dizendo que nunca foi um homem de querer muito. “Fui um homem de dar muito e de servir em tudo o que podia as populações”.
Presente na cerimónia esteve também o padre Vítor Melícias, em representação do presidente da União das Misericórdias.
Vítor Melícias referiu-se ao venerável Bartolomeu da Costa como um homem “marcado pelo sentido da piedade e da solidariedade”, um homem que nunca chegou a ser beatificado, mas que se tornou “venerável”, uma vez que a Igreja reconheceu “o alto mérito das suas virtudes”.
Vitor Melícias recordou ainda que “os pobres são os primeiros de todos os cidadãos”.
Por seu turno, a autora do monumento, a escultora Cristina Ataíde, disse que este monumento “foi um pedido muito especial” e que tentou criar algo com contemporaneidade, simples e singelo.
Carlos Castela