Celeste Capelo
Outro futuro?... precisa-se
Nem sei se este é o título apropriado e justo para o que me proponho tratar na crónica deste mês de Novembro.
A comunicação social nacional noticiou, com alguma insistência perfeitamente aceitável e necessária, sobre a situação vivida por um casal português emigrado no Dubai, a propósito do nascimento prematuro da sua filha.
A criança necessitava e necessita de assistência cuidada, especializada e sofisticada para a sua sobrevivência. É um ser humano ? uma criança ? que precisa de cuidados especiais que custam muito dinheiro.
Mas haverá preço que suplante o preço da vida? Tratando-se da vida de uma criança, por maioria de razão esta interrogação não devia ser colocada.
Acresce que o País onde esta situação é noticiada, é um País que construiu ilhas artificiais em forma de palmeiras, aumentado artificialmente o território; um País onde as residências são altamente luxuosas e onde residem as maiores riquezas do Planeta; um País onde o dinheiro, a tecnologia e a excentricidade são exibidas; um País onde numa das suas portas de entrada ? o aeroporto ? tem um dístico para receber os passageiros que diz: “BEM VINDO AO FUTURO”
Como tudo isto é estranho?.... Então um hospital público não tem capacidade de assistência para estes casos? Que Futuro é este anunciado no aeroporto?
Se é este o futuro ? da excentricidade; da alta tecnologia aproveitada apenas para ostentação; do dinheiro sem finalidade social ? então:
QUEREMOS OUTRO FUTURO.