João Belém
Dissonância cognitiva, o que é?
Existe frequentemente alguma distância entre o que pensamos e o que fazemos e quando fazemos algo que é errado sentimos por vezes um peso na consciência – por que razão fumamos quando todos sabemos que é uma atitude nada saudável?
Este problema foi explorado detalhadamente pela primeira vez pelo psicólogo social Leon Festinger, que utilizou o termo “ dissonância cognitiva “ para descrever o nosso estado de espírito quando as nossas ações não são consistentes com as nossas crenças.
Segundo Festinger existem três maneiras de se lidar com a dissonância cognitiva:
1 - Pode-se tentar substituir uma ou mais crenças, opiniões ou comportamentos envolvidos na dissonância;
2 - Pode-se tentar adquirir novas informações ou crenças que irão aumentar a consonância existente, fazendo assim com que a dissonância total seja reduzida;
3 - Pode-se tentar esquecer ou reduzir a importância daquelas cognições que mantêm um relacionamento dissonante (Festinger 1956).
Por exemplo, as pessoas que fumam sabem que fumar é um mau hábito. Algumas justificam seu comportamento olhando para o lado bom: dizem a si mesmas que fumar as ajuda a manter o peso e que o excesso de peso representaria um perigo maior para a saúde do que o fumo. Outras param de fumar.
Na fabula “A Raposa e as Uvas”, de Esopo quando a raposa percebe que não consegue alcançar as uvas, ela decide que não as quer de qualquer modo, um exemplo da formação adaptativa de preferências, com o objetivo de reduzir a dissonância cognitiva.
Mas por que temos tantas dificuldades em reconhecer os nossos erros, chegando mesmo a defender as nossas atitudes quando confrontados com as nossas deficiências utilizando a autojustificação que atua como um mecanismo de proteção vendo apenas o que queremos e ignorando tudo o que contradiz a nossa ideia.
Como podemos ultrapassar esta dissonância?
Ou mudamos o nosso comportamento ou a nossa atitude
É este o desafio que vos proponho terminando com uma alusão a este problema que se nos depara no nosso dia a dia
“Uma grande nação é como um grande homem: quando comete um erro, reconhece-o. Quando o percebe, admite-o. Depois de o admitir, corrige-o. Considera os que apontam os seus erros como os seus professores mais benevolentes.”
Lao-Tsé