Sessão de esclarecimento
Certificação dos produtos tradicionais dá os primeiros passos
No Salão Nobre da Câmara de Oleiros, realizou-se sexta-feira de manhã, uma sessão de esclarecimento acerca da valorização dos produtos endógenos de Oleiros.
Participou nesta sessão um painel de especialistas da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), presidido pela diretora regional daquela entidade, Adelina Martins.
A sessão abordou a valorização dos produtos locais e a sua diferenciação, enquanto vetor de desenvolvimento integrado de sustentabilidade do território, através da promoção dos produtos tradicionais e da geração de riqueza nas áreas rurais.
Adelina Martins, referiu que a inovação é fundamental, não só ao nível da produção, como também da comercialização e do consumo.
“É necessário adequar a estratégia e definir quantidades”, disse a diretora da DRAPC, acrescentando que a direção regional está disponível para colaborar, lançando o repto sobre as mais variadas iniciativas, alargan- do-as a diversas áreas e incidindo-as principalmente sobre os jovens.
Após uma apresentação direcionada para a produção de medronho, de elevado interesse prático para os empresários agrícolas, por parte de Manuel Sequeira, diretor da Delegação de Castelo Branco da DRAPC, Arlindo Antunes, chefe da Divisão de Desenvolvimento Rural daquela entidade, abordou a questão do registo de nomes de produtos agrícolas e géneros alimentícios.
A apresentação centrou-se na importância da definição da área geográfica de produção na garantia das especificidades dos produtos e à ligação destes à origem.
Foi abordado o Regulamento (EU) nº 1151/2012, com especial destaque sobre questões como o caderno de especificações do produto, a sua rastreabilidade ou o agrupamento de produtores e o seu papel fundamental no processo de diferenciação pela qualidade.
Na sessão foi ainda referido que deveria haver legislação que facilitasse o processo de certificação dos produtos locais.
Num território como o da Região Centro, que integra seis distritos, apenas estão considerados 14 agrupamentos de produtores e um total de 23 produtos qualificados.
No final, Álvaro Batista, do núcleo de Apoio Jurídico da DRAPC, abordou a questão da criação de uma marca no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a qual também permite diferenciar os produtos perante o consumidor e assim, valorizá-los.
Durante a iniciativa, produtos como o cabrito estonado, o vinho callum, o medronho e a broa da Isna foram bastante abordados e verificou-se que a certificação ajuda o consumidor a identificar a excelência do produto.
A base da marca é a produção e o futuro passa pelo aumento do volume de produção, o fomento da iniciativa e empreendedorismo de jovens que estejam interessados em regenerar o tecido empresarial e o associativismo dos produtores.
O presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Jorge, referiu que “com o apoio do Governo, a comprovada disponibilidade dos técnicos do Ministério da Agricultura e do município de Oleiros e com a capacidade de trabalho dos oleirenses, será possível promover produtos de elevada qualidade e únicos no Mundo”.