Especial - 25 anos GAZETA DO INTERIOR
A voracidade do tempo não perdoa e a Gazeta do Interior, que no final da década de oitenta do século passado dava os primeiros passos, está a cumprir mais um aniversário.
Letra a letra, palavra a palavra, frase a frase, ao longo destes anos a Gazeta cresceu, sempre na companhia daqueles que são a sua razão de ser: os leitores.
Com o passar do tempo, a realidade e os desafios são diferentes, mas num mundo em constante e acelerada transformação há algo que não mudou, que foi a missão a que a Gazeta se propôs e da qual nunca abdicou, nem abdicará, por muitas que sejam as adversidades que tenha que enfrentar.
A missão consiste, pura e simplesmente, em informar, de modo claro e imparcial, para que leitores mais formados e esclarecidos sejam também eles melhores defensores de um Interior, em geral, e de um Distrito de Castelo Branco, em particular, mais desenvolvido e menos esquecido, como a força e tenacidade das suas gentes exige e justifica.
Esta tem sido a luta da Gazeta ao longo dos anos e a qual assume continuar a liderar, num futuro que pretende ajudar a construir jornal a jornal, sempre com o incentivo dos leitores que semanalmente nos dão força para continuar e ir mais além.
Por isso, esta semana, não é apenas a Gazeta e a equipa que a publica que está de parabéns, mas também os leitores, sem esquecer os colaboradores do jornal, que esta semana também nos falam naquela que é a nossa Gazeta.
António Tavares
Antonieta Garcia
Era uma vez uma menina que nasceu, há 25 anos, numa região de maravilhas. Olhou para a cidade, para o interior, e quis escrever as suas narrativas. Juntou uns amigos olhou o relógio e ouviu Fernando Pessoa avisar: “É a hora!” Acreditou. (Os poetas veem para além do tempo em que se vive).
Depois, empunhou uma caneta, ou um computador, ou o que quer que fosse, e começou a contar venturas e desventuras, a querer renovar, defender a terra mãe.
Não foi fácil. Curiosa, cheia de ideias, cedo percebeu que tinha entrado num túnel que, às vezes, parecia um manicómio, salvo raras e honrosas exceções. Diziam uns: “Escreva isto!”; outros: “Censure aquilo!”
E vá lá saber-se como, até a Rainha de Copas sai da história de Alice no país das maravilhas e meio louca gritou, como era seu hábito, quando a contrariavam: “Cortem-lhe a cabeça!”.
Pensou: Olá! Isto é perigoso, mas divertido, se convidar a Lucidez e a Liberdade para companheiras de jornada. Também convocou a Verdade, para não haver só uma, dados os ataques habituais de cegueira.
Foi conhecendo gente interessante e outra nem por isso. Alguns apostavam em reduzir cada vez mais a região que tinha o interior generoso, e fechavam tudo… os cobres no bolso a diminuirem até à fome. E a Gazeta combatia pimpões malandros e malucos varridos que se obstinavam em fazer desaparecer euros, em doses pecaminosas, e que vendiam ao desbarato tudo… e o mais que se não diz por ser verdade… Ora, não houvesse um punhado de gente idealista e realista com amor mais que perfeito à região das maravilhas e, um dia, quando acordassemos… nem força tinhamos para elevar a taça e festejarmos com prazer o 25º aniversário da Gazeta. Um abraço a todos os que semanalmente metem ombros à tarefa, aos que acreditam que o interior… vale!
Guilherme D’Oliveira Martins
Acompanho a «Gazeta do Interior» desde os primórdios, e desde cedo correspondi ao desafio de escrever todos os meses na página de opinião, essencialmente sobre a cultura portuguesa. Faço-o com muito gosto. A imprensa local é uma peça fundamental da vida democrática e a «Gazeta» tem sido exemplo da compreensão exata desse facto. Num momento em que tanto se fala da crise da imprensa escrita perante os desafios das novas tecnologias de informação, é preciso dizer-se que o papel da comunicação social regional, usando os novos instrumentos postos à nossa disposição, tenderá a ser cada vez mais importante, como elo de união, fator de coesão e dispositivo de mediação e informação.
A democracia está em mudança, e a única forma de combater o imediatismo e a de-magogia é favorecendo a reflexão e a difusão da informação de qualidade e verdadeira. Felicito, assim, a «Gazeta do Interior» nerstes vinte cinco anos de vida. Há um bom augúrio nesta lembrança.
Parabéns!»
Celeste Capelo
Já lá vão cerca de uma dúzia de anos, a escrever para este órgão de comunicação. Terão sido perto de 150 crónicas em que pretendi levar aos leitores, o meu pensamento, a minha preocupação, algumas angústias, o meu comentário sem nunca impor a minha intenção. Umas vezes escrevi em tom sarcástico, outras vezes em tom brejeiro, muitas vezes em tom crítico, outras em tom opinativo.
Falei de questões ligadas à nossa região, ligadas ao País e até referi factos internacionais.
Da religião ao desporto, dos valores à política, da educação à agricultura, da cultura ao ambiente, do social à justiça, todos estes temas foram por mim abordados, não em profundidade, pois não era o jornal o espaço próprio, nem eu tenho a veleidade, nem o saber nem a sageza suficiente para tal.
Modestamente? outros dirão atrevimento? , apenas quis partilhar com os leitores da Gazeta do Interior alguns momentos de reflexão, outros de descontracção, outros ainda de divertimento. Se o consegui, não sei. Mas sei que me deu muito gosto fazê-lo.
E, agora que se cumprem 25 anos da existência deste jornal, é hora de desejar à Gazeta do Interior, ao seu corpo directivo, administrativo e redactorial as maiores felicidades fazendo votos para que continuem por longos anos, no caminho da informação independente, pluralista e verdadeira.
PARABÉNS.
Carlos Semedo
Comemorar 25 anos de existência, numa área tão exigente como a da comunicação social, é um momento de im- portância maior. Fazê-lo enquanto jornal local/regional como é o caso da Gazeta do Interior, é, também, um acto de resistência. Os tempos que vivemos são sobretudo de necessidade da resistência, da presença das ideias no espaço público e um jornal de proximidade deverá sempre ir o mais longe possível neste campo.
Nos últimos dois anos, tenho colaborado com a Gazeta do Interior, através de uma crónica mensal, exercício estimulante e desafiante. Esta minha ligação não inibe o distanciamento necessário para pensar que gostaria de ver a actividade cultural ocupar um espaço de maior destaque, no jornal. Creio que na região há, cada vez mais, matéria para desenvolvimentos nesta área e todos ganhariam com esse reforço simbólico. Meus amigos da Gazeta do Interior, fica o desafio e um abraço de Parabéns para todos os que, ao longo deste quarto de década, ajudaram a construir e manter este projecto.
Lopes Marcelo
Duas décadas e meia a recolher, a tratar e a divulgar informação centrada numa região com enormes carências é obra! Assim, parabéns pela vida e obra que já é significativa e de grande relevância pública e colectiva.
Mas, qual era o ambiente social, cultural e económico na nossa cidade há vinte e cinco anos atrás?
Recordo-me que embora se vivesse um clima de crescimento, a zona industrial estava a dar os primeiros passos, sentia-se ainda um certo perfume de liberdade e de que valia a pena a militância de entrega solidária a novas causas. Foi nesse ambiente que o jovem Afonso Camões apresentou o novo Projecto a umas dezenas de dois grupos de pessoas: as que tinham dinheiro e as que tinham massa crítica e capacidade e empenho de intervenção associativa.
No meu caso, aderi de imediato ao Projecto e embora me situando no segundo grupo, na fase final e porque era urgente reunir o capital exígivel para a legalização lá fiquei com umas insignificantes cinquenta acções.
Mas, o mais importante foi a atitude de inovação, de grande alvoroço e capacidade de desintalação das primeiras equipas, com uma linha editorial clara e descomprometida com os poderes, sobretudo económicos e autárquicos que naquela altura eram fortes e andavam de mão dada.
O Projecto foi-se consolidando e A GAZETA conquistou por mérito próprio um lugar próprio e um espaço especial como elo de ligação, estabelecendo pontes entre a dinãmica realidade e os leitores. Promoveu eventos culturais, desportivos e solidários. Atribui prémios e apoiou sempre as actividades culturais de interesse colectivo. Longa vida e PARABÉNS à gazeta do nosso interior.
João Belém
Ao comemorar-se este evento tão merecido aproveito para deixar uma breve, mas sentida mensagem a toda a equipa que ergueu e tem construído durante todos estes anos este jornal.
Tudo o que viveram e partilharam até agora, nestes últimos 25 anos faz parte da vossa história.
Assim como um livro, vivemos vários capítulos e quando um deles termina, seguimos construindo e sonhando o próximo.
Cabe a cada um de vós, e somente a vós, querer viver momentos felizes e gratificantes como este.
Por tudo o que atrás foi referido encorajo-vos a que ousem enfrentar os vossos medos, não se deixem dominar por eles e tentem sempre continuar a elaborar novos capítulos na construção de um dia de amanhã melhor em que haja mais paz e solidariedade entre todos.
Do que tem o privilégio de ser vosso colaborador.
Maria de Lurdes Gouveia Barata
Festejar um aniversário é congratular-se por um tempo de permanência, é desejar a continuidade. São as bodas de prata de um jornal que passou a fazer parte do nosso hábito semanal, no abrir de páginas já familiares na oferta das notícias, dos artigos de opinião, das secções oferecidas ao gosto de cada um. A Gazeta tornou-se uma presença que se procura, devido a um reconhecimento de qualidade, de pluralidade e de partilha atenta. Com o brilho de prata dos seus 25 anos esplende a caminhada feita. Fonte de enriquecimento é abrir canais e diálogos para comunicar com os outros e poder estar ao serviço de informar e educar, de dividir preocupações e de solidarizar-se com a vida dos homens no seu quotidiano. Pode dizer-se que olhar o passado e este presente é motivo de alegria e permite a fé num futuro auspicioso. Uma equipa de trabalho com responsabilidade conduz a competência e o profissio-nalismo. O aniversário da Gazeta do Interior merece celebração!
Valter Lemos
A década de 80 do século passado foi marcante para Castelo Branco. Foi aí que se iniciou um processo de transformação marcado por dois fatores principais: a implementação e desenvolvimento da então Zona Industrial e a criação do Instituto Polité-cnico de Castelo Branco com a entrada em funcionamento da Escola Superior Agrária primeiro e depois da Escola Superior de Educação. O Politécnico trouxe para a vida da cidade alguns milhares de jovens estudantes e algumas centenas de professores, rejuvenescendo a população residente e com significativos impactos culturais e económicos. A Zona Industrial veio alterar radicalmente a estrutura económica e social num processo de crescimento e modernização de uma economia caduca que definhava lentamente.
Foi no dealbar deste processo de modernização e desenvolvimento que apareceu a Gazeta do Interior sob a direção desse excelente jornalista e amigo Afonso Camões. Foi verdadeiramente um acontecimento que ficou ligado a tal processo. A Gazeta ficou assim identificada como um símbolo dessa modernidade que marcou Castelo Branco no último quarto de século e para a qual deu em notável contributo, cumprindo um inestimável papel nessa dinâmica.
A história social e cultural recente de Castelo Branco não seria a mesma sem a Gazeta do Interior. Por isso lhe são devidas e a todos os seus colaboradores atuais e passados, justas felicitações neste aniversário.
Parabéns Gazeta!
Joaquim Martins
Evocar o nascimento da Gazeta é evocar momentos de sonho. O projeto visionário do Afonso Camões. A constituição da empresa. O entusiasmo.
A cidade merecia e precisava de outro jornal. Mais livre. Mais aberto à sociedade e aos problemas sociais. Mais atento à situação política. “Sem obediências a partidos, autarquias, empresas, ou qualquer sacristia” como escrevia o Afonso no Nº0.
O texto de Alçada Batista a sublinhar que ”a esperança da nossa sobrevivência” dependerá essencialmente da “ animação e do dinamismo da vida local”.
Lembro o Joaquim Duarte (editor) e as jovens promessas Paula e Teresa. As primeiras páginas diferentes e muito criativas. Os títulos curiosos: “BINGO”; “as rádios depois do adeus”; ”Vem aí dinheiro a rodos”;” E você já foi à Bruxa?”;Próximas eleições – Os segredos da corrida”; “Reforma fiscal – O Senhor Siva foi assaltado!” (Quem diria que 25 anos depois estaríamos com nova Reforma e novos assaltos!) “As vaquinhas não pastam no Terreiro do Paço”!”Empresários rasgam fronteiras”.
A novidade da ilustração a par da fotografia. Os cartuns do Maia e as ilustrações do Preto Ribeiro. A 2ª página”, cheia de sátira política e social e onde podemos encontrar, expostos no “Pelourinho”, a maioria dos “protagonistas” de então…
Uma pedrada no charco que fez ondas e ajudou a cidade “a crescer”!
Evocar os 25 anos da GAZETA é mergulhar no tempo e na história da nossa cidade!