Encerramento da escola de monsanto
Deputada do PCP considera-o “completamente despropositado”
A deputada do PCP Paula Santos disse segunda-feira, em Castelo Branco, que o encerramento da Escola de Monsanto, em Idanha-a-Nova, “é completamente despropositado”, visto que tinha sido alvo de um investimento público recente para melhorar as condições de ensino.
Durante uma visita ao Distrito de Castelo Branco, a deputada comunista saudou e valorizou a intervenção da população contra o encerramento do Complexo Escolar de Monsanto, que demonstra que este fecho “está a ser feito contra a vontade das pessoas e das crianças”.
Para Paula Santos, “o encerramento da escola em Monsanto é completamente despropositado”, visto que “tinha tido investimento público recente e estava preparada e melhorada para criar as condições de ensino para os seus alunos”.
“Quando se fala de facto em eficácia e quando se fala na necessidade de otimizar os recursos públicos, aí está um bom exemplo da não otimização desses mesmos recursos públicos”, apontou a deputada.
Segundo a deputada do PCP, os argumentos que estão a ser utilizados pelo Governo para o encerramento de escolas, “não têm outro objetivo em cima da mesa, que não sejam questões financeiras e economicistas”.
“A realidade deste Distrito é que efetivamente as populações querem manter os filhos nas escolas, as autarquias querem manter as escolas e estas permitem assegurar as condições de educação para os estudantes”, sublinhou.
Paula Santos recordou ainda que o PCP apresentou uma proposta ainda durante o último Governo socialista, onde propunha que fosse feita uma carta educativa nacional, com o objetivo de serem identificadas as necessidades das populações no que diz respeito à educação.
“Esta proposta do PCP, à data, foi aprovada pelo PSD e pelo CDS. Mudou tudo, passaram a Governo e esqueceram-se daquilo que aprovaram e agora estão a fazer exatamente aquilo que criticavam na oposição”, disse.
A deputada sublinhou que “sabemos perfeitamente que, isto muda o lado da barricada e mudam taticamente alguns aspetos, mas não mudam as questões de fundo. A verdade é que se justifica fazer esta carta educativa nacional e a verdade é que o PSD e o CDS agora encerram escolas”.
Quanto ao Ensino Superior, Paula Santos realçou as preocupações com o financiamento das instituições de Ensino Superior, sobretudo, no Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB).
A deputada recordou essas preocupações que lhe foram transmitidas pelo presidente do IPCB, durante uma visita à instituição.
“Visitamos e falamos com o seu presidente e várias preocupações foram expressas. Uma delas tinha a ver com o financiamento”, disse.
“A verdade é que andamos há anos em que o orçamento do Ensino Superior tem vindo a ser reduzido e as instituições estão a funcionar, não no limite, mas sem terem os meios que lhes permitam, por um lado, garantir aquilo que são as despesas correntes e, por outro, garantir também a qualidade do ensino”, referiu Paula Santos, acrescentando ainda que o Ensino Superior vive numa situação de asfixia e rutura em relação ao financiamento.
No que diz respeito à saúde, a deputada do PCP disse que se trata de um setor “que nos tem preocupado bastante”, sobretudo, com a portaria que veio reclassificar os hospitais.
Paula Santos sublinha que apesar de ser dito pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), que não é preciso haver preocupações, “a verdade é que a portaria está publicada e retira um conjunto de serviços, de valências e especialidades aos hospitais Amato Lusitano e Pêro da Covilhã e a portaria é, obviamente, um instrumento legal que tem o seu valor”.
“O que está escrito e publicado no Diário da República (DR) no que diz respeito à Beira Interior, retira a especialidade de obstetrícia dos hospitais e a pergunta que se pode fazer é como é que se pode manter uma maternidade aberta quando se retira esta especialidade?”.
Paula Santos não tem dúvidas em afirmar que esta portaria, “ insere-se aqui numa lógica de redução da capacidade de resposta do Serviço nacional de Saúde (SNS)”.