As XXVII Jornadas Medicina na Beira Interior da Pré-História ao Século XXI decorreram sexta-feira e sábado, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco, sendo que a edição deste ano foi subordinada ao tema Certezas e Interrogações.
Na sessão de abertura, António Lourenço Marques, realçou que as Jornadas “vieram concretizar o trabalho de José Lopes Dias, que deixou uma obra volumosa sobre Amato Lusitano”, não deixando, também, de se referir “ao precioso apoio da Câmara de Castelo Branco”.
Pelo meio, António Lourenço Marques deixou o desejo e o desafio, no sentido que as Jornadas sejam alvo de evolução. Um repto a que o presidente da Câmara, Luís Correia, respondeu, ao afirmar que “não fiquei insensível. Era bem positivo dar uma nova alma, uma nova volta às Jornadas”.
Luís Correia avançou que para isso “podem contar com a Câmara” e apoiou a ideia de “dar outra imagem, novos temas a estas Jornadas, mas devolvo o desafio aos três organizadores, António Lourenço Marques, António Salvado e Adelaide Salvado, que são as pessoas indicadas”.
Também na sessão de abertura, António Salvado realçou que a edição deste ano começou com um “momento de originalidade”, porque em vez da tradicional conferência inaugural, o começo ficou marcado pela apresentação do livro Amato Lusitano: Reinterpretação Historiográfica da sua Biografia, de David de Morais.
Obra que foi apresentada por Adelaide Salvado, que começou por afirmar que o livro “lança luz sobre a passagem de Amato Lusitano pelo Mundo”, classificando-o como “a mais precisa biografia de Amato Lusitano”.
Adelaide Salvado foi ainda mais longe, ao avançar que “é um livro notável. Um marco dos estudos amatianos”, sendo “um livro de rutura, de verdadeira arqueologia do erro histórico”, permitindo “uma aproximação mais verdadeira à vida de Amato Lusitano”.
Uma obra sobre a qual o autor, David de Morais, destacou que Adelaide Salvado “é corresponsável pela sua publicação”, porque “nas Jornadas do ano passado fiz duas comunicações. Adelaide Salvado fez-me um ultimato para essas comunicações darem um livro e ele aqui está”.
Quanto às Jornadas, David de Morais sublinhou que “são um trabalho que não tem paralelo no País, pelo trabalho que o núcleo duro das Jornadas amatianas tem desenvolvido”. Tudo, porque “durante 27 anos se têm detido sobre a biografia e a obra de um autor”, o que, reforçou, “é um caso único”.
Os elogios aos organizadores foram também a nota dominante da intervenção de Luís Correia, ao afirmar que “27 são muitos anos e mostram a grandeza das pessoas que organizam as Jornadas, porque vivemos num mundo em que as coisas são efémeras”.
Luís Correia valorizou também “a importância das Jornadas no nosso panorama cultural” e adiantou que o objetivo “é tornar, cada vez mais, Amato Lusitano num património da cidade”.
Nesta matéria avançou que “o trabalho não fica só por estas Jornadas. Queremos fazer um trabalho contínuo” e revelou que “hoje (sexta-feira) tive uma reunião para o estudo de uma medalha, onde vão estar as principais figuras de Castelo Branco, até ao Século XIX”. Medalha que, revelou também, “se não for apresentada até final do ano, sê-lo-á em janeiro do próximo ano”.
Tudo, porque a finalidade “é reforçar a nossa história e a nossa identidade”, pelo que “também estamos a tratar da homenagem a José Lopes Dias. Isto, no bom caminho do reconhecimento e homenagem às nossas figuras”, concluindo que, “sem ferir suscetibilidades, Amato Lusitano é a figura principal”.
No dia da abertura as Jornadas o programa continuou com uma visita à exposição O Poeta João Rodrigues de Castelo Branco itinerário visual e à mostra bibliográfica No Centenário do Nascimento de José Lopes Dias, incluindo ainda um momento teatral, pelo Váatão – Teatro de Castelo Branco, que colocou frente a frente João Rodrigues de Castelo Branco – João Roiz de Castelo Branco e João Rodrigues de Castelo Branco – Amato Lusitano.
AT

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