INICIATIVA DO MOVIMENTO MONÁRQUICO DE CASTELO BRANCO
Manuel Castelo Branco homenageado na Orca
O último presidente da Câmara de Castelo Branco, antes do 25 de Abril de 1974, Manuel Castelo Branco, que nasceu na Orca a 21 de fevereiro de 1928 e faleceu em Lisboa a 14 de outubro do ano passado, foi homenageado na sua terra natal, dia 8 deste mês, numa cerimónia organizada pelo Movimento Monárquico de Castelo Branco, com o apoio da Junta de Freguesia da Orca.
Na cerimónia, que contou com a presença da viúva, da irmã e de sobrinhas de Manuel Castelo Branco, o presidente da Junta, Marco Marques, agradeceu aos mentores deste evento o facto de se terem lembrado da terra de onde é natural o homenageado para fazerem esta cerimónia.
Por seu lado, o presidente do Movimento Monárquico, António Arnel Afonso, realçou que “o que se pretende com este tipo de iniciativas é somente falar de personalidades marcantes da nossa história e sentimos que a homenagem ao engenheiro Manuel Castelo Branco devia ser feita na sua terra natal”.
Já na cerimónia propriamente dita, Joaquim Candeias, começou por apresentar a genealogia de Manuel Castelo Branco, seguindo-se alguns apontamentos da sua biografia, naturalmente não exaustiva, pois, tal como referiu: “o engenheiro Manuel Castelo Branco, como investigador de História, escreveu mais de 200 trabalhos, em particular sobre temas ligados à Beira Baixa e a Castelo Branco, às Ordens Militares (era um especialista na Ordem de Cristo) e à Genealogia, dos quais cerca de uma centena ficaram publicados, na sua maioria dispersos por revistas e jornais”.
Da sua vastíssima e valiosíssima obra de investigação destacou o grande trabalho que realizaram em conjunto, A Beira Baixa na Expansão Ultramarina, no âmbito das Comemorações dos Descobrimentos, tendo resumido que “este ilustre orquense foi professor, distinto investigador-historiador e genealogista, presidente da Câmara de Castelo Branco (1970-74), subdiretor da Escola Industrial e Comercial de Castelo Branco, presidente da direção da Orquestra Típica Albicastrense (1967-70), vogal do conselho de redação da revista Estudos de Castelo Branco, orientador peda- gógico e inspetor-principal do Ministério da Educação, vice-presidente da Comissão de Genealogia do Conselho de Nobreza, membro da Sociedade de Geografia de Lisboa e do Instituto Português de Heráldica, destacando-se o momento em que presidiu à comissão executiva das Come- morações do Bicentenário da Elevação de Castelo Branco a cidade”.
Foi apresentado, ainda, como o iniciador da Zona Industrial de Castelo Branco, uma vez que foi no seu mandato que se procedeu à compra dos primeiros terrenos, tendo em vista a promoção de uma estratégia de desenvolvimento para a cidade.
Das muitas personalidades presentes, deixaram o seu testemunho de amizade e reconhecimento, entre outros: António Silveira Catana, investi- gador com vasta obra de estudos históricos e recolha de tradições do Concelho de Idanha-a-Nova; Pedro Rego, investigador e fundador da revista RAIA; Carlos Gama, maestro da Orquestra Típica Albicastrense quando o homenageado foi presidente da direção, lembrando o seu papel na consolidação desta agremiação; Celeste Capelo, presidente da Sociedade dos Amigos do Museu Francisco Tavares Proença de Castelo Branco e de várias comissões de romagem da saudade dos antigos alunos de Castelo Branco, que recordou a sua amizade e presença assídua nos encontros realizados; Manuel Marques, que deixou palavras de apreço por este conterrâneo, ao afirmar que “a Orca está cheia de filhos ilustres, e o engenheiro Manuel Castelo Branco era um deles e também era feito deste nosso saibrão que tanto custa a cultivar, por isso partiu daqui para poder seguir na vida”.
Em nome da viúva de Manuel Castelo Branco e de toda a família falou uma sobrinha que agradeceu às pessoas presentes nesta homenagem prestada ao tio.
José Manuel Gonçalves