26 de agosto de 2015

DENÚNCIA PARTIU DA ASSOCIAÇÃO AMBIENTALISTA E DOS PESCADORES
Quercus fala de centenas de quilos de lagostins mortos no rio Tejo

DSC05356Centenas de quilos de lagostins foram encontrados mortos nas armadilhas dos pescadores na passada quarta-feira no Tejo, na zona do Arneiro e a água do rio encontrava-se com uma cor negra devido à poluição.
A denúncia foi avançada pela associação ambientalista Quercus que relatou, mais uma vez, o caso às autoridades competentes.
“A água está com uma cor preta, escura, e os lagostins que estavam nas armadilhas dos pescadores está tudo morto. São centenas de quilos”, explicou Samuel Infante, do núcleo regional de Castelo Branco da Quercus.
Segundo o ambientalista, o alerta foi dado pelos próprios pescadores da zona, na manhã da passada quarta-feira, 19 de agosto.
Contudo, Samuel Infante refere que “infelizmente apesar dos alertas e das denúncias estas situações continuam a ocorrer. Sabemos que o Ministério Público está a tomar algumas diligências e a Quercus está também a preparar uma ação judicial”.
Para este responsável, o crime compensa e adianta que “pagar multas não resolve a situação, têm que ser tomadas outras medidas mais eficazes”.
O ambientalista disse ainda que “continuam a fazer-se descargas e os resultados estão aí, com a agravante de que estamos num período de seca e que há um caudal menor no rio Tejo, vindo de Espanha”.
Nestas condições, as fontes de poluição “atingem ainda níveis de concentração mais elevados. Se o caudal do rio fosse maior o impacto não seria tão grave”, concluiu.

Quercus pondera
ação judicial
Em julho deste ano, a associação ambientalista Quercus adiantou que está a estudar a hipótese de avançar com uma ação judicial devido à poluição verificada na ribeira do Açafal, um afluente do Tejo junto a Vila Velha de Ródão.
“Estamos a estudar a hipótese de avançar com uma ação judicial contra incertos”, disse Samuel Infante.
Em causa está a poluição que se tem verificado no rio Tejo, entre Vila Velha de Ródão e Abrantes e cujo foco poluidor tem origem na ribeira do Açafal, um afluente do Tejo junto a Vila Velha de Ródão.
O ambientalista explicou na altura que ao longo dos últimos meses tinham sido detetados vários focos de poluição em Vila Velha de Ródão, uma situação que se agravou durante o mês de julho, tal como as denúncias.
Também o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Castelo Branco explicou que no decurso deste ano foram levantados dois autos por descargas verificadas no mês de abril na ribeira do Açafal.
Samuel Infante sublinhou ainda que nos últimos anos tem havido queixas regulares por causa da poluição e tem sido um jogo do gato e do rato.
“Normalmente, as descargas são feitas à noite ou aos fins de semana. Há descargas recorrentes que são difíceis de apanhar, mas a poluição tem origem no Açafal e nos seus emissários”, afirmou à data.
O ambientalista revelou também que os pescadores que apanham lagostim em outras barragens e que tinham os seus viveiros no Tejo tiveram que os mudar por causa da poluição.
“Os lagostins que são extremamente resistentes à poluição e aos baixos índices de oxigénio na água morriam”, disse.
Segundo este responsável, “há um descontrolo completo sobre o que se está a passar” e adiantou que a situação é de “uma calamidade ambiental”.
“O crime compensa. As autoridades [Agência Portuguesa do Ambiente] podem suspender ou retirar as licenças às indústrias poluidoras. Havendo vontade, as coisas resolvem-se”, concluiu.

26/08/2015
 

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