SOCIALISTAS PERDEM UMA CÂMARA NO DISTRITO
Belmonte passa para o independente António Beites Soares
As eleições Autárquicas do passado domingo, 12 de outubro, caracterizaram-se por implicar a mudança de muitos presidentes de câmara do Distrito de Castelo Branco. Afinal dos 11 presidentes apenas quatro se podiam recandidatar à câmara que ainda lideram, por terem atingido o limite de mandatos. Claro está, que podiam candidatar-se a outra câmara.
Feitas as contas, nestas Autárquicas o Partido Socialista (PS) perde uma câmara no Distrito, uma vez que das oito que tinha passa para sete. Os socialistas perdem a Câmara de Belmonte, que foi conquistada por António Luís Beites Soares, como independente, pelo Nós Cidadãos. António Luís Beites Soares que, recorde-se, ainda lidera a Câmara de Penamacor, pelo PS, estando no terceiro mandato.
Quanto ao Partido Social Democrata (PSD) manteve as câmaras do Fundão, Oleiros e Vila de Rei, fazendo com que estes três concelhos continuam pintados de laranja.
Uma conclusão a que se pode chegar é que o Distrito de Castelo Branco continua a perder eleitores. De 2021 para 2025 são menos 3.782, ao descer de 166.776 para 162.994. Perda de eleitores que se verifica em todos os concelhos, sem exceção, havendo, no entanto, a realçar que a menor redução foi no Concelho de Vila Velha de Ródão, que de 2021 para este ano perdeu apenas um eleitor, ao descer de 2.809 para 2.808.
No Concelho de Belmonte, tal como já referido, a liderança da Câmara muda para as mãos de um independente, António Luís Beites Soares, do Nós Cidadãos, que com 49,26 por cento dos votos, fica com três mandatos, ou seja, ganha a maioria. O PS, com Vítor Pereira, que ainda lidera a Câmara da Covilhã, naquele que é o terceiro mandato, consegue apenas um mandato, quando tinha dois, baixando a percentagem de votação de 41,59 por cento para 23,50. O quinto mandato vai para a AD – Coligação PSD/CDS-PP, encabeçada por António Cardoso Marques, com 17,29 por cento dos votos, sendo que até agora tinha dois mandatos. O quarto mais votado é a CDU, que com Carlos Afonso perde o único mandato que tinha, ao baixar os votos de 14,44 para 5,08 por cento. Já Diogo Valentim do Chega, com 2,4 por cento dos votos, não tem nenhum mandato.
Na capital de Distrito, Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues foi reeleito para o segundo mandato. O PS vence, mas sem maioria, somando três mandatos, ou seja, os que já tinha, apesar de subir a percentagem de votos de 35,95 para 36,21 por cento. Com três mandatos fica também a coligação SEMPRE Por Todos (PSD/CDS-PP), com José Augusto Alves, ao arrecadar 32,63 por cento dos votos. O sétimo mandato é conquistado pela Iniciativa Liberal (IL), com 13,98 por cento dos votos.
De resto o Chega, com João Ribeiro, com 10,72 por cento; a Esquerda Livre (Livre e Bloco de Esquerda), com Mário Camões, e 2,12 por cento; e a CDU, com Carlos Canhoto, e 1,55 por cento; não conseguem nenhum mandato. Recorde-se que no mandato que agora está a terminar, a realidade era bem diferente. Dos sete mandatos, três eram do PS, os mesmos que tinha o SEMPRE – Movimento Independente, enquanto a coligação Partido Social Democrata/Centro Democrático – Partido Popular/Partido Popular Monárquico (PSD/CDS-PP/PPM) tinha um.
A Covilhã tem um novo presidente, Hélio Fazendeiro, que, assim, mantém a Câmara nas mãos do PS, que apesar de registar um decréscimo de votos de 46,24 para 39,99 por cento, mantém quatro mandatos. Dos restantes três mandatos o PSD, com Jorge Simões, e 18,03 por cento, assegura um; o independente Pelas Pessoas, com Carlos Martins e 15,32 por cento, um; e o CDS-PP/IL, com Eduardo Cavaco 9,18 por cento, um. Tanto o Chega, com Luciana Leitão e 7,73 por cento, como a a CDU, com Jorge Fael e 6,06 por cento, não conseguem nenhum mandato.
No Fundão, a Câmara continua a ser do PSD, mas agora com Miguel Gavinhos, que era vice-presidente da autarquia. Os social democratas descem a percentagem de votos de 56,74 para 34,48 por cento, baixando de cinco para três mandatos. Em sentido inverso, o PS, com Rui Pelejão, sobe de 27,72 para 34,48 dos votos, mantendo dois mandatos. Em matéria de mandatos, a independente Com Força, com Alcina Cerdeira e 19,11por cento, tal como o Chega, com Hugo Silva e 10,34 por cento, asseguram um mandato cada. A CDU, com Catarina Gavinhos e 2,53 por cento não consegue nenhum mandato.
Idanha-a-Nova também continua a ser do PS, mas também com uma nova presidente, Elza Gonçalves. Os socialistas baixam os votos de 53,69 pra 47,99 por cento, mas mantém três mandatos. Os outros dois mandatos vão para o PSD e Movimento Para Todos – Mov.PT, com José Adelino Gameiro e 33,07 por cento dos votos. Pedro Rego, do Chega e 13,02 por cento, e Graça Piçarra, da CDU e 2,4 por cento, não alcançam nenhum mandato.
Em Oleiros, a Câmara continua a ser do PSD, com Miguel Marques, que no mandato que está a acabar, ocupou o lugar de Fernando Jorge, quando este renunciou. O PSD sobe a percentagem de votos de 51,3 para 63,32 por cento e passa de três para quatro mandatos. Os restantes dois mandatos vão para o PS, com 30,14 por cento dos votos, com António Jorge Antunes, que até agora tinha dois mandatos, mas pelo Mais Concelho Oleiros. Sem mandatos ficam o Chega, com Luís Mendes e 3,6 por cento, e a CDU, com Luís Silva e 0,56 por cento.
Quem também tem um novo presidente é Penamacor, com José Miguel Ribeiro Oliveira, que mantém a Câmara no PS, e que apesar de registar uma descida de votos de 57,54 para 47,62 por cento, mantém três mandatos. Os outros dois mandatos vão para o independente A Nossa Terra, com Filipe Batista, com 37,19 por cento, sendo que referir que no mandato que está a terminar quem tinha dois mandatos era o Abraçar Penamacor, com Anselmo Cunha. O PSD, com Manuel Joaquim Robalo e 6,88 por cento; o Chega, com Francisco Teixeira e 3,08 por cento; o CDS-PP, com André Cunha Leal e 0,86 por cento; e a CDU, com António Ramos Cardoso e 0,76 por cento, não conseguem nenhum mandato.
Em Proença-a-Nova, na Zona do Pinhal, o PS venceu, com João Lobo a ir para o terceiro mandato. Os socialistas baixam a votação de 64,57 para 58,28, mas mantém os três mandatos. O PSD/CDS-PP, com João Paulo Marrocano e 20,72 por cento, assegura um mandato, ou seja, perde um, enquanto o Chega, com Custódio Lopes e 15,874 por cento da votação conquista um mandato. Já a CDU, com Francisco Delgado e 1,71 por cento não consegue nenhum mandato.
Na Sertã, também na Zona do Pinhal, o PS mantém a Câmara, com Carlos Miranda, que vai para o segundo mandato e sobe a votação de 47,66 para 48,20 por cento, mantendo os quatro mandatos. O PSD, com José Carlos Fernandes, e 27,38 por cento dos votos, assegura dois mandatos, perdendo um. Por seu lado, o Chega, com José Nunes e 21,23 por cento dos votos conquista um mandato. Isto, enquanto a CDU, com Ema Gomes 0,61 por cento não tem nenhum mandato.
Ainda na Zona do Pinhal, Vila de Rei continua a ser um bastião do PSD. O novo presidente da Câmara é Paulo César Luís, que atualmente é o vice-presidente e que ao aumentar a votação de 61,26 para 69,37 cento, reforça a maioria absoluta, arrecadando a totalidade dos cinco mandatos. Em sentido inverso, o PS, com Valdemar Joaquim, desce de 26,97 para 13,11cento, perdendo o único mandato que tinha. Tanto o Chega, com Lurdes Ferreira e 10,85 por cento, com a CDU, com Isilda Silva e 3,29 por cento, não têm nenhum mandato.
Vila Velha de Ródão também continua nas mãos do PS, agora com António Carmona, que apesar de descer a votação de 73,73 para 65,96 por cento, mantém os quatro mandatos. O PSD, com Vítor Carmona e 25,55 por cento dos votos volta a ter um mandato, sendo que recordar que naquele que está a terminar quem tinha um mandato era o PSD/CDS-PP. O Chega, com Diogo Avó e 3,71 por cento; a CDU, com Manuel Barreto e 1,46 por cento; e a IL, com Joaquim Branco e 1,05 por cento, não alcançam qualquer mandato.
No Distrito de Castelo Branco, os dois partidos mais votados, PS e PSD, registaram um decréscimo de votos. O PS desce de 40,84 para 38,57 por cento, enquanto o PSD regista uma descida menos acentuada de 16,68 para 16,39 por cento.
De ter em conta, também, é que apesar de haver uma diminuição de eleitores inscritos o Distrito mantém um total de 63 mandatos para as câmaras. Nesta matéria, tanto o PS como o PSD registaram diminuições. Os socialistas descem de 30 para 28 e os social democratas de 17 para 16.
De referir ainda que em 2021 os grupos de cidadãos alcançaram nove mandatos, o CDS-PP/PSD/IL três, o PSD/CDS-PP dois, o PSD/CDS-PP/PPM um e a CDU um, sendo que este ano os grupos de cidadãos alcançaram seis mandatos, o PSD/CDS-PP cinco, o Chega três, o independente Nós Cidadãos também três, a IL um e o CDS-PP/IL um.
António Tavares