PROJETO PHONAMBIENT APRESENTADO NO CENTRO DE CULTURA CONTEMPORÂNEA
Conhecer a cidade pelos sons
Já imaginou conhecer uma cidade pelos sons que a caracterizam? Não? Mas fique a saber que a partir de agora isso é possível através do Phonambient, um projeto de documentação e transformação artística do património sonoro contemporâneo coordenado pela associação cultural Sonoscopia.
Na sequência do desenvolvimento deste projeto, a partir do próximo mês de fevereiro, em www.phonam-bient.com, pode ficar a conhecer, através do som, seis ci- dades portuguesas, bem como Abu Dhabi.
Na vertente nacional, duas das cidades são do Distrito, Castelo Branco e Fundão, às quais se juntam Braga, Guarda, Porto e Tondela.
O Phonambient tem como objetivo registar e disponibilizar numa base de dados digital os sons que caracterizam uma cidade ou região, incluindo paisagens sonoras, sons localizados, excertos musicais, fonética e fonologia. Um pacote em que pode encontrar, por exemplo, o som de um determinado sino, de uma rua de uma cidade, ou mesmo a acústica de um túnel, entre muitos outros sons que são exclusivos de locais específicos.
O Phonambient teve como ponto de partida o projeto Porto Sonoro desenvolvido desde 2010 e que foi agora alargado a outras cidades, com parceiros que ficaram responsáveis pela documentação da cidade, pela transformação artística e reflexão do património.
Assim, no caso de Castelo Branco, foi constituída a Phonorquestra, que é uma orquestra de manipuladores dos sons da cidade criada especificamente para este projeto e que é constituída por alunos do curso de Música Eletrónica e Produção Musical da Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART), de Castelo Branco.
Quanto ao projeto Phonambiente no seu todo, Gustavo Costa, que é cofundador da Sonoscopia, afirmou à agência Lusa esperar que “daqui a 50, 100 anos ainda seja possível aceder a esta base de dados” e realçou que, “para já, vai estar disponível num website, daqui a 50 anos vai estar numa outra plataforma”.
Gustavo Costa revelou ainda que durante este ano “queremos ter um grupo de pessoas que fique responsável pela atualização dos arquivos das cidades onde o projeto já está instalado”, uma vez que objetivo é que “estes arquivos cresçam e se tornem cada vez mais interessantes, com mais conteúdos, porque isto faz parte do património imaterial das cidades”.
O Phonambient é apresentado pela Phonorquestra amanhã, quinta-feira, a partir das 21h30, no Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco (CCCCB).