29 julho 2015

Carlos Semedo
365 dias

Habituei-me a fazer balanço nesta altura do ano. Primeiro porque era professor e o ano lectivo terminava em Julho, agora porque o mês de Agosto baliza o ano com sinais de sol e interrupção no meu local de trabalho. Embora tenha uma paixão por nuvens e um gosto especial pela terra molhada, sempre me pareceu mais natural fazer balanço com calor e T Shirt.
Começando pelas coisas mais difíceis, o ano fica marcado pela perda de uma pessoa muito próxima e que, apesar do seu perfil de quase invisibilidade perante a comunidade, me tocava de forma intensa. É muito importante sentir que tanta gente admirava a mãe da minha esposa exactamente por estar sempre ali, quando era necessária, e pela forma humilde como sempre foi íntegra e sensível. Vai-me custar o próximo dia 3 de Agosto, dia do seu aniversário, quando o almoço de família for outra coisa. E vão-me custar os outros dias.
Este foi, também, mais um ano de trabalho intenso e profícuo no Cine-Teatro Avenida, com muitas histórias, espectáculos, conversas, continuidade e disrupção, marcado pelo envolvimento cada vez maior com o espaço público e outros equipamentos culturais. É o sexto ano de actividade e serviço público com uma equipa de disponibilidade ímpar e sempre pronta para aprender e melhorar. Para ela, o meu grande Bem Haja.
Quarto ano de Governo sem Ministério da Cultura e sob o efeito da confusão permanente no que diz respeito aos apoios às artes performativas, com verbas exíguas e uma cada vez maior concentração territorial (sintomaticamente com o litoral a ganhar terreno). Estou naturalmente em contacto com as estruturas de criação e difusão das artes e o ambiente que tenho encontrado é de uma brutal crispação, mas onde raramente se baixam os braços. A realidade – pelo menos aquela que eu conheço - é que nunca tivemos um tecido artístico tão diverso, numeroso e com tanta qualidade e, paradoxalmente, com tantas dificuldades em desenvolver o seu trabalho. Seria curioso perceber o que é que os partidos candidatos às próximas eleições sugerem para a área cultural.
A nível local, soube-se recentemente que o Museu de Francisco Tavares Proença Júnior vai ser gerido pela Câmara Municipal de Castelo Branco. É uma excelente notícia, pois creio que poderá significar um salto enorme na dinâmica de um espaço que, na minha opinião, tem sido gradualmente abandonado pela tutela. Foi, também, apresentado às Associações e aos criadores, o Centro de Criatividade, que aproveitará o espaço de uma antiga unidade fabril no Bairro do Cansado, um projecto aglutinador que terá já um prelúdio com uma exposição fotográfica em Setembro, ainda antes das obras começarem.

28/07/2015
 

Outros Artigos

Em Agenda

 
08/10 a 02/11
ImpressõesCine-Teatro Avenida, Castelo Branco

Gala Troféus Gazeta Atletismo 2024

Castelo Branco nos Açores

Video