30 de dezembro de 2015

Elsa Ligeiro
O ELOGIO DA INICIATIVA PRIVADA

Num tempo e numa geografia em que a produção cultural parece depender exclusivamente dos orçamentos autárquicos, julgo importante dar a conhecer uma prática de iniciativa privada, em Castelo Branco, que funciona há mais de uma década.
Estávamos em 2004, e a Gazeta do Interior distinguiu nesse ano a Alma Azul com o Prémio Cultura; e o engenheiro João Conceição, com o prémio de melhor empresário, pelo seu trabalho na Dinefer.
Foi também o início de uma relação de apoio à promoção e divulgação da Leitura de Poesia a que a Alma Azul estabeleceu em Dezembro de 2004 com a Dinefer e que ainda hoje se mantém.
A partir desse ano, a Dinefer apoia e tem contribuído de forma consistente para que a Alma Azul prossiga a sua vocação de promotora da Leitura e da Poesia em particular.
Esse apoio é simples: todos os anos a Dinefer distribui na sua Festa de Natal um livro de Poesia por todos os seus funcionários e colaboradores, numa atitude que visa também a promoção cultural dos seus trabalhadores, e que me parece importante destacar no final de 2015, em que se encerra (são os meus votos de Ano Novo) um ciclo de dificuldades económicas vividas por todos: cidadãos e empresas.
A Alma Azul tem beneficiado desta prática de ação cultural da Dinefer que começou com o engenheiro João Conceição e tem sido continuada por João Pedro e Ana Conceição, atuais responsáveis pela empresa.
Mas também a Associação ERID beneficiou da aposta cultural e social da Dinefer, quando, num Natal, produziu um calendário para angariação de fundos para as suas atividades anuais, e recebeu da empresa, sediada em Castelo Branco, um apoio fundamental à sua edição, sem o qual a impressão do calendário ficaria pelo caminho.
E a Escola Superior de Educação de Castelo Branco que num projeto dos professores António Pedro Dias e Madalena Veiga Leitão (música e poesia): “Ausências”, editou com o apoio da Dinefer um livro que divulga 20 poetas, entre eles Eugénio de Andrade e João Roiz de Castelo Branco, valorizando assim o trabalho dos alunos e professores da Escola Superior de Educação que o viram distribuído pelo país inteiro, em Livrarias como a Lello, no Porto, ou nas Lojas Fnac, e se encontra ainda hoje em muitas Bibliotecas Municipais e em várias Bibliotecas Escolares, numa distribuição realizada pela Alma Azul.
Estes bons exemplos revelam algumas das potencialidades da relação das empresas na promoção cultural e social de uma comunidade, mas também ensinam ao poder político que a cultura e as artes não servem apenas para propaganda e publicidade ao serviço de uma estratégia de fomento do turismo, mas são uma atividade de produção de riqueza e de criação de emprego competente e dinâmico.
Para isso, é necessário dotar a atividade cultural e artística com regras transparentes, para que o profissionalismo das empresas que apostam no desenvolvimento do Interior invistam com determinação, e valorizem um património cultural e artístico que pertence a todos por igual.

30/12/2015
 

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