4 fevereiro 2015

Rios como o Pônsul, Ocreza ou Erges foram ocupados por espécies invasoras
Quercus alerta para perigo de extinção de espécies autóctones da Região

100_5678.JPGO Núcleo Regional de Castelo Branco da Quercus deixou um alerta para o perigo de extinção de várias espécies autóctones de peixes em rios como o Ocreza, Pônsul, Erges ou mesmo o Tejo, devido às espécies invasoras que surgiram nestes cursos de água.
Samuel Infante, o responsável pelo Núcleo Regional, não tem dúvidas em afirmar que os rios Tejo, Pônsul, Ocreza e Erges, são os “mais afetados por espécies invasoras”.
Este ambientalista sublinha que “o problema é muito complexo” e as espécies autóctones como o bordalo, a boga, o escalo, a enguia e outras, que proliferavam pelos rios da Região de Castelo Branco, correm sérios riscos de desaparecer, caso nada seja feito, sobretudo, pela introdução de espécies invasoras como o siluro, o alburno, a perca-sol, o lúcio e outras.
Estes peixes “competem com as espécies nativas por alimento e algumas, alimentam-se mesmo das próprias espécies autóctones, além de trazerem doenças e fungos”, adianta.
Segundo o responsável da Quercus, “falta um plano de ação” para travar aquilo que pode ser, a curto prazo, uma catástrofe para estes rios.
“O Rio Pônsul está neste momento infestado com tartarugas da Califórnia que competem com os nossos cágados e trazem também outras doenças para o ecossistema”, adiantou.
Recentemente, começou também a surgir em praias fluviais, sobretudo, situadas na Zona do Pinhal, uma pequena medusa de água doce que está ainda pouco estudada, mas que provoca alergias como a urticária.
Apesar de haver legislação que proíbe a libertação de espécies exóticas na natureza, Samuel Infante queixa-se da falta de fiscalização.
Deixa, no entanto, um apelo para que os cidadãos, em caso de dúvida, não libertem plantas ou animais na natureza.
“A informação é muito importante e caso sejam proprietários de barragens ou de charcas não propaguem estas espécies invasoras que irão trazer problemas”, alerta.
Mas, o problema na Região de Castelo Branco estende-se também ao nível da flora.
O responsável do Núcleo Regional da Quercus dá como exemplo a azola, uma planta aquática que aparece cada vez com mais frequência no Rio Tejo.
Há alguns anos, a azola surgia apenas no pico do verão, mas atualmente, começa a surgir logo a partir de março.
“Trata-se de uma planta que também começa a surgir em barragens e pequenos charcos e que já está muito disseminada por todo o Distrito de Castelo Branco”, refere.
Segundo este responsável, a azola é também um “sintoma da degradação da qualidade da água, pois surge com frequência em cursos de água poluídos, sobretudo com nitratos e que vem agravar ainda mais o problema das massas de água”.
Mas, outras espécies invasoras surgiram na Serra da Gardunha, onde a mimosa constitui, segundo o ambientalista, «um problema grave».
Também no Concelho de Vila de Rei, a “hackia gigante”, uma espécie espinhosa “muito difícil de remover”, está a causar sérios problemas. “Segundo o Gabinete Florestal local, cerca de 10 a 15 por cento do Concelho está invadido por esta espécie”, afirma o responsável da Quercus. Refira-se que em 2009, estavam identificadas 374 espécies exóticas em Portugal, sendo que 40 por cento são consideradas invasoras.

04/02/2015
 

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